Thursday, June 28, 2012

PRATICA E TEORIA DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA

Violência passa a ser tema obrigatório nas escolas, não por mera inclusão de disciplina, mas por força da necessidade social. As estatísticas demonstram que o grau de agressividade no meio escolar aumenta de forma assustadora e cada vez mais atinge faixas etárias mais jovens, fluindo de forma independente das características sócio-econômicas. As motivações dessa violência variam, mas o que impressiona é a agressividade progressiva desencadeada por motivos fúteis.

Perdemos o "freio" no controle de crianças e adolescentes? Muitas pessoas procuram simplificar a questão, afirmando que falta a imposição de ordem e certa dose de repressão na relação dos pais com os filhos. Sob essa visão a tolerância excessiva ou o "mimo" exagerado estaria prejudicando a capacidade da criança em entender os limites das relações e de responsabilidade individual.

Se esse fosse o problema desencadeante da progressão da violência nas escolas, a solução seria simples? Não! Considerando que tolerância excessiva e "mimos" prejudicam, pois são a tradução da ausência dos pais e permissividade por omissão de atenção à criança, que tem acesso a informações e ações que não tem condições de assimilar e "digerir" cada vez mais precocemente, outros fatores perniciosos do meio ganham maior poder.

Há quem acredite que a violência na ficção, filmes, games ou até mesmo nos desenhos animados, seria assimilada de maneira diferente pela criança, pois ela não teria experiência prática para entender a violência tal como ela se processa a ponto de ser influenciada. É esse o maior engano! Da mesma forma que uma educação direta dos pais em conversas com os filhos e doutrinas religiosas fornecem a noção da ética e da moral ( o que seria indispensável para que a relação com o mundo seja processada) o contato com games que estouram cabeças ensanguentadas de zumbis também criam um parâmetro pessoal em relação à violência, que deixa de ser considerada uma invasora que deve ser dominada e excluída, para se tornar parte da rotina do ambiente. Transportar essa violência da ficção para a realidade, em um mundo onde cada vez mais o espaço virtual se confunde com a realidade física, é questão de tempo.

Crianças e jovens estão cada vez mais familiarizados com a violência, pois ela está presente em todos os lugares, na ameaça real da criminalidade, mas também dentro do ambiente familiar, onde encontramos pais impacientes e irritados, que quando estão presentes usam de violência, e o estímulo das imagens dos games, dos filmes e dos desenhos (que cada vez mais usam violência, subliminar ou diretamente) dos pais que vivem ausentes por questões profissionais ou outras.
É preciso, sem dúvida, que a família seja repensada. Filhos não são um pé de alface, que basta ser plantado e regado. É urgente resgatar a responsabilidade da relação entre pais e filhos, desde a gestação, para romper o círculo vicioso do desajuste que leva crianças e adolescentes a uma situação de tanta vulnerabilidade a drogas e violência.

Como se vê, restam poucas alternativas para as novas gerações no que se refere a orientação e formação basicas para desenvolver a capacidade de interagir com o meio de forma positiva. A mais importante delas é a escola, ambiente que representa para muitos pais a alternativa da educação não apenas curricular, mas ética, moral e emocional...No entanto a esmagadora maioria das escolas, mesmo as mais caras, não têm condições de substituir o papel da família na formação do caráter e no desenvolvimento harmonioso da personalidade da criança.

Manter uma situação tão desajustada poderá trazer consequências inesperadas não a longo, mas a médio prazo, pois já é possível detectar os sinais de alerta no meio escolar e social. Como não se pode reformular uma sociedade onde gerações de duas a três décadas perderam gradativamente a capacidade de definir valores sociais e éticos (nem falamos aqui em moral), a única alternativa para desfazer o enorme nó no novelo  da relação social e individual é tornar as escolas mais atuantes nesse processo.

Violência, agressividade e noções de ética e cidadania são problemas que devem se tornar discussão obrigatória nas escolas, em todas as faixas etárias, não como temas a serem doutrinados, mas apresentados e abordados de maneira a resgatar a capacidade de auto-suficiência do pensamento - uma simplificação do ensino da filosofia que vem sendo tão discutido e que corre o risco de se tornar uma disciplina morta - que compense a ausência da formação de valores e interpretação do mundo na relação familiar. A criança precisa aprender a refletir e entender que as imagens da mídia, que a influenciam direta ou indiretamente, precisam ser pensadas, repensadas e digeridas antes de tornarem-se uma verdade a ser adotada em suas vidas.
(Mirna Monteiro)

Tuesday, June 26, 2012

POLÍTICA E PODER

Campanha política é sinônimo de briga? A pergunta não foi feita por algum colegial, está na boca de todos que tentam acompanhar as propostas dos candidatos nas campanhas eleitorais. Fisionomias ameaçadoras, colocando a responsabilidade de todas as desgraças humanas nos opositores...sem propostas concretas para tornar a escolha do voto mais confortável.
Não é nenhuma novidade. Desde sempre o homem tentou entender a voracidade do poder político. Talvez tenha sido justamente isso – a insanidade que marcou a briga política ao longo de séculos e séculos de organização da sociedade humana, que tenha levado à necessidade de pensar suas origens, seu presente e seu futuro.
É bom lembrar que política traduz a necessidade de entendimento, capacidade de adequar as necessidades administrativas e sociais de maneira a criar o máximo de equilíbrio para a comunidade, sempre respeitando a lei...
Sob esse ponto de vista, campanha política deveria ser baseada no bom senso e na capacidade de comprovar o talento logístico e administrativo para exercício do cargo pretendido. Mas o problema é que a política exerce não apenas a vocação para o trabalho de liderança, mas uma atração fatal para o abuso do poder.
Por toda a história, quem ousasse pensar e desafiar a engrenagem, por mais enferrujada ou esburacada que se mostrasse, entrava pelo cano. Fosse na fase da Inquisição, com todo o poder centralizado na igreja e em papas escolhidos não pela santidade, mas pelo oportunismo, fosse nos tempos modernos, onde a perseguição contra quem reclamava do abuso político e apontava as falhas de ideologias massificadas não era menos cruel ou absurda!
E agora, no Terceiro Milênio, a “Idade da Informação”, do apogeu da mídia e do confronto com a maior comunicação popular da história da humanidade?
Bem, agora, sofisticaram-se os meios, mas o recheio do bolo continua o mesmo. O cenário em que vivemos é magnífico: naves espaciais orbitando a terra, satélites que mandam imagens do sujeito que passeia na Patagônia para a “Concinchina”, chips que substituem funções do cérebro humano, enfim!
Mas na TV lá estão caras ameaçadoras, xingando e cultivando o ambiente do caos. A briga pelo poder é tão mesquinha e perigosa como nos tempos primitivos!
Mas e a nossa democracia, a nossa campanha política, o nosso voto popular?
Pois é, metade do caminho já andamos. O problema fica com quem quer reverter a antiga estrutura e pretende manter um tipo de política que já não se encaixa no novo cenário. O jogo é se torna pouco saudável, baseado em denúncias vazias, que pretendem denunciar o que não existe na realidade, ou mascarar o bolor das engrenagens. É só bagunça!
É uma maneira de continuar confundindo a ideia popular, como nos tempos primitivos. O poder político assume a figura de comadres barulhentas, que fazem da intriga e fofoca a manchete do dia!
Não é um problema brasileiro. É um problema dos países comprometidos com interesses de grupos econômicos, habituados a imperar. A corrupção é endêmica, mas é principalmente mascarada. A tendência de vestir a intenção de coletar lucros com a capa das boas intenções confunde realmente. O lobo que se esconde sob a capa da indignação ou o complexo do conto da chapeuzinho vermelho não são personagens fictícios.
Corrupção endêmica significa corrupção enfronhada, absorvida pelo sistema. As pessoas confundem e imaginam que é novidade, sendo manipuladas pelo frenesi político, que propaga os próprios pecados, senão de profundo conhecimento de falcatruas, pelo menos no de omissão para punir e banir a corrupção de fato. A mídia infelizmente não escapa desse cerco e leva informação distorcida. No tempo das trevas, os livros eram raros e o conhecimento empírico. Mesmo assim a sociedade humana rompeu as barreiras da falta de informação.
Hoje temos de admitir que somos obrigados a derrubar as barreiras da ignorância, fruto de informação distorcida, comum na política quando se briga pela imposição de projetos e supremacia partidária. Talvez se o velho filósofo da cicuta se atrevesse a discursar sobre democracia e respeito nos dias de hoje, seria rechaçado por um volume de ofensas verbais, que não envenenam o corpo, mas o espírito da política.

LEIA TAMBÉM
http://artemirna.blogspot.com.br/2012/01/arte-de-acreditarsem-enganar-se.html
http://artemirna.blogspot.com.br/2011/08/respeito-do-omitir-se.html

Tuesday, June 12, 2012

ONDE ESTÁ A VERDADE?

PORQUE AS PESSOAS MENTEM TANTO?


Nos velhos tempos dos sofistas, mestres itinerantes do conhecimento politicamente correto, a mentira era utilizada como artifício do poder, ou seja, a verdade era "ligeiramente" deturpada ao sabor das intenções sofistas. Por isso essa palavra ganhou uma conotação pejorativa.
Passados uns 3 mil anos, a mentira parece permanecer inevitável n exercício do poder, seja ele político, econômico, familiar ou social.
E ainda funciona! Velho como a humanidade, pois certamente esse artifício já nasceu com o homem, que para sobreviver precisava enganar seus predadores.
Mas mesmo sendo tão conhecida, é possível reconhecer a mentira? Ou as pessoas disfarçam, aceitando-as como verdade, quando lhes convém, mesmo que reconheçam a sua precariedade?
O problema é que a mentira pode ser extremamente destruidora. Como na política ou nas ciladas criadas pela inveja.Na Filosofia, a mentira é perigosa. É o caso do sofisma.O sofista faz retórica. O filosofo faz dialética.
Na retórica o ouvinte é levado por uma enxurrada de palavras que, se adequadamente compostas, vão persuadir, convencer, mas sem transmitir conhecimento algum. Já na dialética, que opera por perguntas e respostas, a pesquisa procede passo a passo, e não é possível ir adiante sem deixar esclarecido o que ficou para trás. O sofista refuta por refutar, para ganhar a disputa verbal. O filósofo refuta para purificar a alma de sua ignorância
Há quem considere deteminadas verdades destruidoras...Muitos que pedem a franqueza não estão preparados pra poder lidar com a realidade.Há verdades que não precisam ser ditas, assim como há mentiras que são necessárias.
Será que o pensamento livre, crítico, independente poderá prevalecer e a sociedade encontrar e uma forma de convivência baseada na verdade? Admitir a realidade não nos torna mais fortes e preparados para os desafios da vida?
Talvez o problema não seja a franqueza, mas a ausência de isenção ao utilizar a verdade.

Não vamos confundir mentiras com "faz de conta"! Imaginar uma realidade e conduzi-la ao sabor das próprias expectativas, como fazem as crianças nas brincadeiras, faz bem. Tanto é que a criança começa a entrar em choque com a realidade quando ela percebe que o faz-de-conta é muito diferente das mentiras que os adultos começam, logo cedo, a ensinar!

E o pior é que usando de hipocrisia e mentiras, os adultos pretendem que a criança seja absolutamente sincera! Crianças são inexperientes, mas são extremamente sensíveis à toda atitude contrária à natureza.

Da mesma maneira, o faz-de-conta dos adultos, através da ficção, é extremamente salutar. Aliás, é uma mola que impulsiona o mundo! A imaginação humana é premonitória e rica em estímulos para o futuro. Que o diga os grandes escritores de ficção, como Julio Verne!

O mundo seria enfadonho e estático sem a mentira? Os próprios deuses do Olimpo adoravam intrigas e se divertiam com isso. Eu já considero que há um ligeiro engano de interpretação: não é a mentira, mas a falta de imaginação que tornaria o mundo chato.
A mentira é perigosa!
Enfrentar a verdade é a única chance de sobrevivência individual, familiar, comunitária, ou da própria humanidade
Não é possÍvel concordar com a idéia de que podemos conviver com a hipocrisia e mentirinhas. O desejo da verdade aparece muito cedo nos seres humanos. Há necessidade de confiar nas coisas e nas pessoas
Por isso, neste terceiro milênio, a sociedade entra em choque constatando uma terrível realidade: a mentira está terminantemente contida nos meios de comunicação e expressão, seja eles quais forem. Tornaram-se instrumentos com alto poder de persuasão e de confusão também!
Mas há o contrapeso: é suficientemente capaz de arrancar a esperança de que o pensamento livre, crítico, independente ainda haverá de prevalecer? Que uma forma de convivência mais baseada na verdade possa vir a ocorrer ?
Cresce em nossa sociedade a exigência da verdade, clara e límpida. É o desejo e a necessidade da busca da verdade. Há um sentimento generalizado e crescente de que os valores éticos devem retornar, sob pena de convulsão social.
Em tempos onde o acesso à destruição é quase prosaico, não se pode fingir que mentiras são inofensivas. Seria utópico imaginar uma sociedade, deformada como a nossa sociedade humana, com a herança que possuímos, feita de seres absolutamente honestos e isentos. Mas sabemos que as pessoas são diferentes e é essa diferença que permite equilibrar o mundo. Há pessoas com valores definidos, as tais do "fio de barba", assim como há aquelas que vivem para a malicia, mentira e hipocrisia.Tão certo como o anseio
do ser humano pela Verdade.

Sunday, June 03, 2012

CONSCIÊNCIA E CORES

O "Abaporu", uma das obras mais
populares de Tarsila do Amaral

Inquieta e criativa, Tarsila do Amaral foi uma mulher à frente de seu tempo. Nascida em 1886, participou de novas fases da arte, como o modernismo e deu início à pintura social no Brasil.
Como mulher, rompeu barreiras de preconceito. Casou-se três vezes. Seu segundo marido foi Oswald de Andrade.
Tarsila estudou com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas e manteve estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suíço.
Iniciou sua pintura “pau brasil” dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros. A maneira como lidava com os temas, buscando a essência natural e política das formas, encantou críticos de outros países. Em 1926 expôs em Paris. Fez grande sucesso na época.
Mamoeiro: evidenciando a natureza
A sua obra mais conhecida, o “Abaporu”, foi pintada em 1928, como um presente à Oswald de Andrade, que se emplogou com a tela e criou o Movimento Antropofágico.
De 1936 à 1952, Tarsila trabalhou como colunista nos Diários Associados. Nos anos 50 voltou ao tema “pau brasil” e em 1951 participou da I Bienal de São Paulo. Em 1963, em uma sala especial, expôs na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em São Paulo, em 1973.

"A Cuca": folclore brasileiro
"Nú": sob influência do cubismo
"Operários" (acima) e "Segunda Classe" (abaixo) : preocupação
com a vida do brasileiro e consciência política estão claras
nas pinturas da fase social de Tarsila

Thursday, May 31, 2012

A CRIANÇA, A OMISSÃO E A MORTE

obra de  Marusz Levandowsk

Uma criança pequena é atropelada na rua e fica no chão, enquanto as pessoas passam por ela, como se ela fosse invisível, apesar do sangue que escorre pela rua. Um segundo veículo passa sobre a criancinha. Até que alguém para e puxa o pequeno corpo para o meio fio. Ainda assim vai embora e o socorro demora!
Cena de um filme de terror? Alguma ficção de zumbís que comem cabeças humanas? Não!
Isso aconteceu em uma rua de grande movimento na China!
O horror da cena leva obrigatoriamente a uma revisão de nossos valores e conceitos, em um mundo onde as culturas se misturam e onde, mais cedo ou mais tarde, seremos obrigados a definir questões éticas e legais de maneira global, sem interferir na soberania de cada país, mas de maneira a preservar a sobrevivência futura.
Cenas como esta - que acontecem impunemente em cenários de guerra, mas que parecem ficção de mau gosto no cotidiano de uma área urbana - representam não apenas a morte de um indivíduo, mas de valores humanos fundamentais à sobrevivência futura do coletivo. 
O surgimento de um padrão cultural unificado vem acontecendo não exatamente pelos acordos econômicos, mas às custas do intercâmbio cultural crescente, através da informação veiculada principalmente através da internet, que mostra a semelhança entre pessoas de todo o mundo. Mas com limites óbvios: até que ponto essa relação pode mudar hábitos e culturas que menosprezam o direito individual do homem?
A China tornou-se uma potência econômica, espalhando seus produtos pelo mundo todo. Tem uma cultura antiga, de uma filosofia surpreendente. É de Confúcio, um de seus filósofos eternos, o dizer "Se queres prever o teu futuro, estuda o teu passado".
Hoje  Confúcio é apenas história, não mentalidade. Com 1,3 bilhões de habitantes, a China é apenas um retrato moderno da mentalidade do consumo, onde a vida perde a importância diante da necessidade do poderio econômico. Que ao contrário da expectativa dos países superindustrializados não oferece segurança alguma de futuro. É como uma armação enorme, erguida sobre escombros e recoberta de ouro, mas que pode a qualquer momento desmoronar e tornar a fartura em um perigoso jogo de sobrevivência.
É claro que a China não é um exemplo isolado. A "corrida pelo ouro" na busca da expansão da economia do consumo já afetou os EUA, a Europa e surpreende o mundo neste momento com grande queda no crescimento  da India, que registra o menor índice em dez anos.
Com a economia mundial em crise, a desaceleração da economia na India soa ameaçadora, mas demonstra como o sistema mundial é frágil.
Frágil em economia, que por sua vez utiliza um sistema que fragiliza a sociedade, reduzindo a importância do fator humano e criando uma mentalidade pragmática que não funciona justamente por exaurir indiscriminadamente a vida natural. 
A imagem da criança atropelada a ali deitada enquanto pedestres passam por ela é apenas um exemplo desse risco. Essa cena se repete no mundo todo, não apenas nas áreas de guerra - onde o sofrimento e a destruição possuem a mesma intenção econômica - mas em países que se vangloriam de manter os direitos humanos em dia, assim como o respeito ao meio, mas que terminam por criar regras que também rebaixam os direitos do indivíduo diante da necessidade do consumo.
É um indício perigoso da asfixia e morte de valores éticos fundamentais para a vida e sobrevida no planeta.(Mirna Monteiro)


Leia também
http://artemirna.blogspot.com.br/2012/05/o-que-pretendemos-da-vida.html


  http://artemirna.blogspot.com.br/2012/04/consumir-ou-nao-consumir-eis-questao.html

http://www.youtube.com/watch?v=k7drtDdKxcE

Tuesday, May 22, 2012

XUXA, OPRAH E A PEDOFILIA

É preciso coragem para tornar pública uma situação de abuso na infância. Pessoas costumam soterrar em algum espaço perdido essa memória dolorida, terrível, que é subestimada pelo nosso sistema, pela nossa cultura, pela nossa incapacidade de perceber o peso da confusão, da humilhação, da atrocidade de um ato que mesmo sublimado, permanece corroendo as vítimas até a idade adulta, a maturidade, a velhice.
Quando uma pessoa atinge grande notoriedade e admiração da massa, sua responsabilidade aumenta na denúncia desse crime. O que não quer dizer que seja mais fácil para alguma celebridade admitir que foi vítima de pedofilia do que para uma criança ainda confusa ou para um adulto anônimo. 
Por isso quando pessoas como a apresentadora americana Oprah Winfrey ou a brasileira Xuxa Meneghel resolvem abrir em detalhes essa experiência traumática e proibida,  é preciso admitir que é um fato surpreendente. 
É uma denúncia de um crime hediondo, inaceitável e, portanto, acima de qualquer crítica vazia ou piadismo barato. 
O problema da pedofilia é grave no mundo todo. Está presente na maioria dos paises porque não é uma questão cultural, mas um desvio da personalidade e atinge crianças de ambos os sexos. A pessoa que abusa de crianças, seja de um bebê, seja de um adolescente, é em geral dotada de baixa auto-crítica e age da mesma maneira que um psicopata. Psicopatas sabem que cometem um crime, mas não sentem piedade de suas vítimas.
Ao comentar seu próprio drama, Oprah, Xuxa e todas as pessoas que denunciam o abuso, estão alertando a sociedade de maneira direta e corajosa, evitando que a pedofilia ocupe um espaço fictício na preocupação da sociedade humana.
Abuso de crianças causam danos físicos, morais e psicologicos para toda a vida. E tudo isso se volta contra a própria sociedade.
Se não houver respeito à dor das vítimas, que haja consciência do desequilíbrio que essa agressão pode provocar ao meio. Não importa a maneira como esse abuso acontece, sua frequência ou a medida de sua violência: o cérebro humano capta essa agressão e jamais apaga a experiência, mesmo que ela aconteça na primeira infância. Permanece em geral no inconsciente, reprimida pela confusão, pela vergonha, pelo constrangimento e decepção!
É triste ver como a pedofilia faz estragos! Mas é bom ver pessoas que estão lutando para que a pedofilia seja finalmente encarada com a seriedade merecida, denunciada e punida com rigorosidade!

Thursday, May 17, 2012

AFETIVIDADE E OS DANOS DA OMISSÃO

Há coisas que não esquecemos. O cérebro humano registra absolutamente tudo que acontece, na impressão física ou emocional. Nem sempre esta memória pode ser "acessada" pelo simples fato de que o cérebro humano possui um mecanismo biológico que bloqueia memórias indesejáveis ou desconfortáveis, como uma forma de defesa emocional.
O que não quer dizer que que a ação de experiências traumáticas ou desagradáveis sejam neutralizadas. A ausência da consciência do fato não impede que determinadas patologias possam instalar-se e interferir no comportamento de uma pessoa. Freud observou bem a existência de mecanismos de supressão de memórias, hoje reconhecida como um mecanismo biológico, e não simplesmente mental.

Recentemente a Justiça condenou um pai ao pagamento de uma indenização de R$ 200 mil  por abandono afetivo da filha, hoje adulta. Ainda que a matéria seja controvertida, não deixa de ser uma vitória do bom senso, diante de uma realidade crescente - a irresponsabilidade na criação dos filhos - que afeta a base social de maneira progressiva, tornando a sobrevivência coletiva um risco.
Seria esta uma afirmação exagerada? Não há exagero. O ser humano é absolutamente vulnerável às sensações do mundo externo, sejam elas construtivas ou destrutivas, mas determinantes em comportamentos futuros e estados emocionais. Ou seja, não precisamos de qualquer mecanismo para criar equilíbrio ou desequilíbrio em um ser humano além daquele que determina a afetividade ou a ausência da afetividade.

O que seria o abandono afetivo dos pais? Seria a usurpação da afetividade, ou seja, a omissão não apenas do contato, mas da expressão de cuidados e emoção construtiva, como o amor. No caso da criança e do adolescente essa omissão pode ter efeito catastróficos, comprometendo o equilíbrio emocional e "empurrando" a criança para desequilíbrios e conflitos emocionais, que podem ir desde a má formação do caráter, até problemas físicos e emocionais, que não raro acabam desembocando no uso de drogas ou comportamentos anti-sociais.
A questão da afetividade é reconhecida juridicamente há poucos anos, com o aumento da irresponsabilidade familiar e a obviedade dos danos individuais e coletivos dessa ação. Estudos científicos comprovam esta relação. Um dos exemplos mais interessantes é a influência da afetividade no controle de patologias como a psicopatia. Estudos demonstram que a predisposição genética a comportamentos psicopatas pode ser atenuada quando a criança é criada em ambiente afetivo, enquanto que o contrário também ocorre, ou seja, a tendência a comportamentos violentos ou anti-sociais pode ser estimulada quando a criança é vítima de violência e ambiente hostil.

Exigir responsabilidade materna e paterna é uma urgência não apenas em respeito ao indivíduo, mas à coletividade. Ao abandonar o lar, um pai ou uma mãe causam profundas feridas emocionais ao filho, seja uma criança ou adolescente. Negar o contato e a afetividade aos filhos após romper a relação com o cônjuge é cruel e irresponsável.
A questão é prática, ainda que pareça ser emotiva. Cuidar exige atenção às necessidades materiais, mas também, psicológicas. A ausência de amor não elimina, necessariamente, a questão da afetividade. Ou seja, alegar impossibilidade de amar um filho não é argumento para o abandono material e emocional, conforme entendeu a Justiça nos raros casos de processo. (Mirna Monteiro)

Wednesday, May 16, 2012

O QUE EXIGIMOS DA VIDA

...Estamos perdendo o rumo?


Volta e meia encontramos alguém que desabafa, aflito: “estão todos loucos!  As pessoas estão perdendo a lucidez”

Por que? Os motivos são vários – irritação excessiva, ausência de auto-controle, falta de afetividade e tendência à destruição. Dentro da própria família os sintomas são cada vez mais óbvios – desagregação, egocentrismo, disputa interna, clima inamistoso.
Mas o que mais se ouve e impressiona é a afirmação de que as pessoas estão perdendo a capacidade crítica e qualquer freio moral.
A ausência de capacidade crítica torna a pessoa extremamente vulnerável ao erro e engano. A falta de “freios morais” a torna potencialmente perigosa, sujeita a achar natural a invasão da privacidade alheia ou apropriação de bens que não lhe pertencem ou ainda a atos violentos.

Seria um sintoma de loucura? Ou de histeria coletiva, um fator que desagrega a sociedade da racionalidade que permite uma convivência produtiva e pacífica?
Perguntas e perguntas. Que parece haver uma gradativa perda de identidade e um processo de histeria coletiva - onde se age pela emoção, sem um racicínio independente e lógica individual - isso parece! Há quem afirme que a sociedade moderna  está cada vez mais integrada por pessoas que confundem a realidade com a ilusão criada pela ficção ou pela mídia, farta em mensagens subliminares

Somos seres racionais e a nossa vontade é racional. Assim nos percebemos lúcidos e com capacidade de definir a realidade. Qualquer pensamento ou emoção que extrapolem determinados limites podem ser interpretados como uma ficção ou uma ilusão sob controle.
Mas é preciso considerar a capacidade humana de reintegrar-se em seu isolamento mental. No momento em que divagamos dentro de nós mesmos, a concepção do certo, errado ou do que é real pode mudar. Podemos permitir que haja maior abertura para a irracionalidade, a fantasia e a ilusão. Ou permitir uma reestruturação do pensamento diante de uma nova realidade, que permitirá maior segurança de sobrevivência.

Assim como nos sentimos seguros quando percebemos a realidade fora de nós, onde podemos ter a percepção sobre ela e diferenciar o que de fato é consistente e o que é ilusão, também a incapacidade de lidar com as duas realidades pode ser perigosa.
Tornar-se excessivamente pragmático portanto é colocar em risco a própria sanidade, uma vez que a pessoa que vive exclusivamente para uma realidade imediata e material – aquela que considera única – é facilmente dominada pelas regras desse mundo plastificado.
Ficará, por exemplo, mais sujeita à pressões de uma sociedade imediatista e superficial e mais sensível ao processo de histeria que se instala coletivamente.

O estudo da psicanálise demonstra a importância de nosso inconsciente. Considerando a Filosofia, esse mundo interior se torna muito mais amplo e capacitado para conduzir-se conscientemente e não consistir-se simplesmente em um reflexo do mundo exterior.

Deveríamos conscientizar a importância de nosso mundo mental, ou de nossa alma. No entanto, estamos sempre na dúvida sobre quais das sensações devem ser priorizadas em determinado momento: a liberdade do pensamento livre e da imaginação solta em nosso mundo interior, onde as percepções são tão ilimitadas, e a percepção da realidade externa, comunitária, que divide-se no mundo material.
Quando estamos sonhando, vivemos uma realidade ou uma ilusão? Para os mais pragmáticos, essa é uma pergunta absurda. Ora, o excesso de racionalidade leva à falta de criatividade e crescimento mental e portanto limita a capacidade de compreensão de um mundo lúdico ou mental.
Se nosso mundo interior, formado de sonhos, pensamentos e imagens, é perfeitamente estabelecido e desperta sensações, inclusive físicas, apesar da imaterialidade do mundo interior, por que não seria também uma realidade, em outro nível de percepção?
O que se pretende portanto é o equilíbrio entre a realidade imediata e a capacidade de percepção e criatividade humana. Atingir a medida certa não é tão importante quanto pensar sobre sua própria capacidade de integrar-se ao pensamento exocêntrico... que afinal representa a consciência do "uno" ou da relação entre todas as coisas. (Mirna Monteiro)

Friday, May 04, 2012

VIVA A PIPOCA!

Quem não se interessa em saber qual alimento possui propriedades "mágicas" para a saúde e a perpetuação da juventude? Todos, certamente. Preocupar-se com a saúde e beleza transformou-se em obsessão para muitas pessoas, que procuram dietas milagrosas, lotam as academias de ginástica e enfrentam qualquer desafio para conseguir "consertar-se" com novas tecnologias e cirurgias corretivas.
Mas o seria uma dieta perfeita? Aquela que acaba com os já famosos radicais livres, varrendo gorduras das artérias, mantendo baixos índices de glicemia e assim afastando o fantasma do diabetes, do colesterol ruim e da degradação física?
Dieta perfeita, do ponto de vista científico, seria aquela que beneficia o organismo, preenchendo todas as suas necessidades. Pode variar, de acordo com o ambiente, os hábitos e a idade e é isso que traz confusão. Não é possível criar um tipo de dieta especial que sirva para todo mundo.
Mas todos se animam com as novidades...que na verdade são alimentos que sempre existiram. Por exemplo, as maravilhas da pipoca! Sim, essa pipoca que todo mundo adora e que consome aos quilos nos cinemas, mas que deve ser consumida com certa moderação (umas três xícaras de pipoca pronta tem menos de 100 calorias) e preparada com água ou pouco óleo e pouco sal, sem manteiga, que pode ser substituída pelo azeite.
Pipoca possui vitaminas do complexo B, ajuda a tonificar o estômago, prevenir a ansiedade e melhorar a digestão (uns goles de água intercalados ajudam o processo). Mas o bom é que tem alta quantidade de antioxidantes e ajuda a diminuir o risco de distúrbios cardiovasculares, mostrando ainda quantidades razoáveis de zinco, potássio e fósforo. Como tem vitamina A, luteína e zeaxantina ajuda a prevenir doenças como a catarata e beneficia quem tem diabetes. O que é ótima notícia.
Mas não se vive de pipoca. Se você comer apenas pipoca, não vai dar certo. É preciso consumir alimentos frescos, verduras, saladas, tubérculos, frutas...é imensa a listagem de propriedades que podem ajudar na saúde. Brócoles contra o câncer, maracujá para estresse, melancia para desintoxicar, banana para enxaqueca ou para dormir, maçâ para socorrer o coração!
Tem mais: alimentos integrais para nutrir, fazer o intestino andar, "varrer" gorduras das artérias...a lista é interminável. Tanto que no final das contas ninguém come direito, diante de tantas opções.
Há no entanto uma regra básica: tudo pode fazer bem, se consumido com preparo adequado e na quantidade  moderada. E tudo que é industrializado, é alimento transformado e portanto reduzido em seu poder anti-radical...Mas considerando que nossa economia está calcada na produção, retornar aos tempos das poções mágicas feitas com produtos frescos colhidos na hora pode causar uma pane mundial.
É nesse ponto que paramos para refletir o grande beco sem saída do sistema humano, que impõe cada vez mais uma alimentação multiplicada por processos químicos ou genéticos, encharcada com venenos defensivos de pragas e industrializada, sob alegação de que essa é a única alternativa para o mundo não passar fome.

Thursday, April 26, 2012

CONSUMIR OU NÃO CONSUMIR, EIS A QUESTÃO!

Dizem que nada melhor para a depressão do comprar, seja lá o que for, mas de preferência produtos que aumentem a auto-estima, como roupas, sapatos, cosméticos, perfumes...ou o mais recente lançamento eletrônico, um sofisticado home theater, ou aquele iPad com recursos incríveis.
O problema não é exatamente exercitar o consumo ocasionalmente, visando obter produtos que vão ter uma utilidade real. O problema, que vem sendo considerado grave, é o exagero do consumo e o excesso do descarte de produtos.
Mais do que um impulso, muita gente que vive uma necessidade de consumo de supérfluos, nem imagina que pode sofrer de um mal chamado oniomania. Que é isso?. É o nome de uma doença, que envolve a compulsão exagerada do consumo.
Imagine só! Quem diria que consumir em excesso é doença! e não simples questão de hábito, como gostar de música ou televisão...o tempo todo!
Consumidores compulsivos acabam na condição de acumuladores de produtos que se tornam supérfluos por falta de uso. Roupas que são guardadas e nunca utilizadas, objetos que envelhecem sem que a embalagem seja aberta. Consumir pode ser uma doença, quando ultrapassa a linha da necessidade da pessoa. Uma doença perigosa que transforma o planeta em uma lata de lixo com limites de armazenamento.
Quem resiste à tentação do último iPad, da enorme tv "HD", daquela bota sensacional ou aquele carro automático?...Infelizmente, a maior parte das pessoas apenas resiste ao consumismo excessivo quando o bolso não consegue comportar o sonho desse consumo. Mesmo quem não chega ao exagero, debatendo-se em meio aos cartões de crédito como no caso dos que sofrem de oniomania, nem sempre resiste a essa troca constante de produtos e objetos.
Por que motivo somos tão sensíveis a este tipo de apelo?
A história da civilização humana mostra que possuir bens sempre foi uma maneira de demonstrar superioridade nos tempos de grandes riscos de sobrevivência. Longos períodos de guerra ou de desastres climáticos que impediam a colheita necessitavam da garantia de bens para a troca ou negociação de espaços ou produtos escassos. O ouro comprava  o saco de batatas ou o milho aos quais a maioria não tinha acesso nos períodos de extrema penúria. Nos tempos de abundância, o possuir transformava-se no prazer do luxo e do supérfluo.
E hoje? Um produto não serve como garantia futura porque é feito para não durar. Carros, eletrodomésticos, móveis, tudo aquilo que o sujeito comprava antes da mentalidade dos supérfluos, transformou-se em produtos com data marcada para pifar, estragar ou desfazer-se.
Supérfluos tornaram-se uma especie de "atestado de boa vida".  Mas ao invés de segurança, oferecem uma condição oposta: nunca foi tão perigoso o hábito da ostentação.
Perdemos a medida entre o possuir simplesmente e a necessidade real de consumo!
A grande mola que desencadeia esse comportamento estranho e absurdo do compra-e-joga-fora é o poder de persuasão da mídia, que utiliza sem pudor técnicas de convencimento - como mensagens subliminares e a vitória da resistência pela repetição da ordem de consumo.
Pensando bem, qual a vantagem de chegar a um nível de adquirir coisas tão frenético?
Encontramos um exemplo claro da diferença entre o desejo e a sensação de estar de bem com a vida. Desejo é ansiedade por alguma coisa, que assim que for obtida, perde a graça, pois não permite a sensação de plenitude. É como comer alimentos que fornecem muita caloria e pouca nutrição, o que provoca "fome eterna" ou uma espécie de frustração, pois parece encher a barriga, mas não acalma a necessidade de comer.
Tudo que é novidade, é agradável. O cheiro de um carro novo, de uma geladeira recém-saída da fábrica, um traje com suas fibras impecáveis.
Mas para manter essa sensação teríamos de trocar o carro em alguns meses, a geladeira em algumas semanas e usar apenas uma única vez uma peça de vestuário, pois depois de lavada, já não seria mais a mesma!
Sob o ângulo de visão do desejo desse tipo de perfeição, até mesmo a realidade vivida em países de alta produção - onde adquirir um produto novo é mais vantajoso financeiramente do que arrumar o antigo (ou nem tão antigo assim) seria imperfeita. Pois não há velocidade suficiente para manter o novo, que fica velho assim que é adquirido!
O resultado da mentalidade do consumo é muito lixo. Produtos que deveriam durar dez, vinte anos, são programados para apresentar problemas em pouco tempo.
A mão de obra e as peças de reposição são caras demais, pois interessa ao sistema manter sempre a compra de novos produtos, que por sua vez vão para o lixo, pois já são de má qualidade no momento que saem das linhas de produção.
Imaginar que a economia mundial não sobreviveria sem esse desprezo ao homem e ao seu meio ambiente é o maior dos enganos. Essa mentalidade, que surgiu após a segunda guerra, com o Japão derrotado pela bomba nuclear assumindo uma rígida postura de produção, a tal ponto  que trabalhadores japoneses doavam parte de seu salário para a implementação dessa corrida ao consumo, é ameaçadora!
Com a introdução de um programa de qualidade total para ganhar o mercado mundial, o Japão recriou a economia moderna a partir dos destroços da guerra. Objeto de desejo dos EUA que foi plenamente alcançado poucas décadas depois.
Poderemos controlar tantos desajustes? Ao ter consciência de que trabalha para consumir e não para viver, a sociedade começa a questionar os exageros que estão trazendo mais prejuízos do que vantagens. É o momento de reciclar aquilo que temos em casa. Saquinhos de supermercado não fazem diferença na ecologia, mas o dia a dia da população em evitar excessos sim!
Trocar desnecessariamente o carro, a televisão, a geladeira, enfim, o sofá ou a mesa de jantar, definitivamente, está fora de moda. A ordem é reciclar, renovar, recriar, criando evidentes vantagens não apenas para o bolso e o meio ambiente, mas para a própria segurança: a mentalidade do descartável afeta o respeito à vida. que se torna banal em meio a tanto descarte! (Mirna Monteiro)