Thursday, March 09, 2017

A FÉ, A DOUTRINA E O CÓDIGO

TENTANDO ENTENDER!


"(...) Queria entender essa história. É ficção ou realidade dizer que Jesus Cristo era homem e deixou descendentes, que era casado com Maria Madalena (...) E porque a Bíblia diz que ela era prostituta e Jesus era casto? (...)

O filme que foi exibido e o livro que populariza o chamado "Código da Vinci" são ficção. Mas não a temática que é abordada! Apesar desse assunto ser duramente pesquisado e as informações bíblicas confrontadas com registros históricos, discutir se Jesus Cristo foi um homem de carne e osso, em condições de gerar descendentes, entra em conflito com a imagem estritamente espiritual criada e alimentada pela Igreja Católica desde o crescimento do cristianismo.

Por isso você e muita gente não está entendendo. Essa confusão é natural! Qual a fonte de nossa informação? A Bíblia. Mas até que ponto a Bíblia pode ter sido manipulada ou sua interpretação distorcida ao longo de séculos e séculos de política?

Não sabemos, se não pesquisarmos ao máximo os indícios. E há muitos, seja em textos apócrifos, que são chamados assim por reunir escritos antigos que não são reconhecidos pela Igreja, seja nos considerados textos sagrados.

Há relatos sobre Jesus e as pessoas que viveram na época, que comprovam que não há nada de ficção na existência de Jesus Cristo, de sua vida singular e dos seus ensinamentos, que ao invés de ficarem perdidos na história, crescem no tempo.

O que não se sabe com certeza é até que ponto cada relato é completo e fiel. Assim como no caso de Maria Madalena, que não seria prostituta, como diz a Biblia, mas a companheira de Jesus. E, inclusive, uma mulher ativa, com compreensão do divino, como muitas outras mulheres da época que são resumidas, no Catolicismo da Idade Média, a pequenos papéis na história. O que parece realmente estranho.

Então vamos ver se é possível resumir aquilo que teólogos e pesquisadores passam a vida discutindo:

Primeiro: Seja nos textos sagrados, seja nos apócrifos (relatos e testemunhos em geral, encontrados por arqueólogos) a existência de Jesus é fartamente comprovada. Veja este por exemplo:

"Foi naquele tempo (por ocasião da sublevação contra Pilatos que queria servir-se do tesouro do Templo para aduzir a Jerusalém a água de um manancial longínquo), que apareceu Jesus, homem sábio, se é que, falando dele, podemos usar este termo -- homem. Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um mestre. Atraiu a si muitos judeus, e também muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e quando Pilatos, por denúncia dos notáveis de nossa nação, o condenou a ser crucificado, os que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham predito também outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espécie de gente que tira dele o nome de cristãos subsiste ainda em nossos dias". (Flávio Josefo, História dos Hebreus, Antiguidades Judaicas, XVIII, III, 3 , ed. cit. p. 254). (1, pg. 311 e 3).

Segundo: Aparentemente, a idéia de tornar Jesus Cristo único e sem descendentes fazia parte da mentalidade da época, onde as histórias corriam "de boca em boca", mas havia escassez de detalhes. O acesso entre as pessoas era dificultado e a esmagadora maioria não era alfabetizada ou tampouco tinha acesso à textos.
Aproveitar a imagem divina de Cristo e desvinculá-la dos mortais comuns, fazendo-se de única intermediadora entre as pessoas e Deus, certamente tornava a Igreja extremamente poderosa. E poder político sempre foi a preocupação.

Terceiro: Poder é poder! Tornar Cristo inatingível, a não ser através da Igreja, não surtiria efeito sem que outro poder, o feminino, fosse obscurecido. As mulheres portanto tinham de ser banidas da participação, resumidas à fecundação, não como a metade da laranja, mas como meras incubadoras. Ora, se Jesus Cristo tinha se unido à Maria Madalena e nela gerado suas sementes, isso seria complicado. Mais fácil transformá-la em prostituta, o outro extremo da santidade.
Quadro de Leonardo da Vinci, representando a ultima ceia, mostra
a imagem de uma mulher, entre os apóstolos, segundo garantem os
estudiosos. Essa figura, exposta de maneira sutil, seria a representação
de Maria Madalena, na visão de Da Vinci. (obra de 1495 a 1498)



É uma possibilidade no estudo da Teologia, que significa estudo de Deus (do grego θεóς, theos, "Deus"; + λóγος, logos, "estudo") quando a história de Jesus Cristo, Maria Madalena e todas as circunstância da época são analisadas.

O que não interfere, em absoluto, na importância de Jesus Cristo, na fé em Deus, embora transforme de maneira extrema o papel na mulher na história. Como a alusão ao símbolo do Santo Graal, que seria o útero feminino. O útero de Maria Madalena, que tornou possível a perpetuação do corpo de Cristo no mundo material.

Esse seria o segredo perpetuado ao longo de gerações de "guardiões", e repassado de maneira indecifrável aos leigos em objetos, como por exemplo o quadro de Leonardo Da Vinci, a Santa Ceia, onde uma das figuras à mesa com Jesus Cristo não seria masculina e sim feminina. No caso, Maria Madalena. Foi nessa teoria, bastante discutida, que a ficção foi baseada.



O QUE SIGNIFICA "OPUS DEI"?


Outra pergunta constante, que as pessoas, principalmente adolescentes fazem, quando acompanham a ficção que aborda o Código da Vinci, é essa. Em Latim, Opus Dei significa obra de Deus.

Mas em 1928 foi criada uma organização eclesiástica, uma Prelatura da Igreja Católica, que foi nominada "Opus Dei".



EVANGELHO DE MARIA MADALENA

(...) "é verdade ou mentira o evangelho de Maria Madalena? (...) Todo mundo escrevia evangelhos naquela época? (...)


Em 1945 foram encontrados registros em língua copta (foi a língua da última fase do Egito antigo) que foram traduzidos e considerados Evangelhos de Tomé e de Maria Madalena.
De Maria Madalena, infelizmente, o texto está fragmentado.

A presença de tantos textos fragmentados pode ser atribuída, além de outros fatores, aos decretos e recomendações papais solicitando o não uso desses textos pelos cristãos.

Tem uma informação interessante: nos evangelhos apócrifos ( que não são reconhecidos pela Igreja) as mulheres aparecem de maneira diferente dos canônicos (da Igreja). Elas discutiam de igual para igual com os apóstolos, tinham liderança e também realizavam batismos.

Agora, qual o problema dos evangelhos? Lembre-se que falamos de uma época onde os registros dos acontecimentos eram feitos dessa forma. Os apóstolos nada mais foram do que escritores, repórteres e jornalistas dessa época, pois escreviam aquilo que testemunhavam ou que ouviam alguém relatar.

Parece absolutamente humano que muitos desses relatos não interessassem ao poder político na época e que, portanto, fossem excluídos ou mesmo adulterados! A manipulação da verdade é uma constante na sociedade humana e integra a eterna luta entre o bem e o mal. (Mirna Monteiro)

Wednesday, March 08, 2017

MULHER


Impossível generalizar a mulher!
É um ser multifacetado. 

Cantada em versos e pintada entre flores...e também interpretada como indecifrável e perigosa pelos homens, ao longo da historia.

As mulheres parecem feitas na mesma fôrma, como um bolo ou biscoito?  Essa é a ideia que o sistema sempre tentou fazer prevalecer: a de que o ser feminino não possui individualidade e que sua personalidade resume-se a parir e servir.

 Um resumo que historicamente tem  servido para a escravidão da mulher, misturando sua imagem a da doce mãe altruísta, que pode se transformar em uma bruxa malvada, com poder para alimentar o mal, a hipocrisia e a crueldade.

 A mulher é astuta e perigosa porque é oprimida?

Mulheres, assim como homens, não são feitos na mesma fôrma, nem tampouco se encaixam em padrões, por mais que cada cultura limite ou dimensione suas qualidades ou defeitos. 

A mulher pode ser um ser de luz ou de sombras.

Como negar a existência daquelas que manipulam e cometem crimes contra a vida e a natureza, sem interesse em usar o seu poder de melhorar o mundo, permitindo ao o próprio ventre gerar escravos ou déspotas?
Não podemos generalizar pessoas, mulheres ou homens, mesmo sob a forte pressão cultural que deforma comportamentos e pensamentos.




O ser feminino em geral é sensivel e altruista, cuida de sua cria e de sua familia, tem capacidade para cumprir várias tarefas ao mesmo tempo. 
Essa é uma característica da mulher.


A natureza é sábia, a maioria das mulheres possui qualidades que determinam os rumos da sociedade humana. Enfrentou ao longo da história perseguições, violência, dominação e escravidão.

Mas também esteve por trás de todas as batalhas pela liberdade e por um mundo mais justo.

Enfrenta ainda com coragem o esteriótipo que tenta aprisionar sua personalidade: mulheres devem ser jovens, belas e sensuais., caso contrário deixam de manifestar-se como essência do ser feminino.
Tamanha pressão encontra em oposto a mulher que se torna cada vez mais forte e consciente em sua maturidade e velhice.
Com isso a mulher não apenas valoriza a sua independência das amarras culturais, mas principalmente reforça a valorização da vida, de todos os seres, homens, mulheres, crianças, animais e o resto do planeta. (Mirna Monteiro)