Entre as distorções humanas, uma das mais graves e impressionantes é a pedofilia. A pergunta mais frequente é esta: o que leva um adulto a aproveitar-se da fragilidade de uma criança para cometer um abuso, com ou sem aparente violência?
A ciência tenta explicar essa ação, que afinal não é nova. Por toda a história da humanidade crianças foram vítimas de violência. Mas as regras morais criadas pela sociedade organizada permitiu uma teia protetora, que se não impedia ações criminosas contra a criança, pelo menos dificultava e tornava a prática menos comum.
Hoje, no século XXI, parece que retrocemos ao tempo dos bárbaros: os casos de agressões à criança, com ou sem violência sexual, aumentam. Os casos de psicopatia são mais diversificados também e podem incluir os casos em que mães que acabam de gerar tentam livrar-se de seus recém-nascidos de maneira chocante. No caso da agressão sexual chega-se a uma conclusão sobre as causas desse ato criminoso: todo pedófilo é um psicopata, embora nem sempre o psicopata seja um pedófilo!
Por que o pedófilo é um psicopata, em menor ou maior grau? Pela ausência de sentimentos. Uma pessoa que submete uma criança ao abuso sexual ou a outras formas de violência não consegue sentir o sofrimento infringido a ela. Caso contrário jamais faria isso, pois a natureza humana tem a tendência a proteger o semelhante indefeso. Omissão ou sadismo são situações deturpadas e indicam intolerância ou rejeição ao meio, entre outros problemas.
Nos últimos tempos a psicopatia tem sido a analisada de todas as formas. A falta de freio moral tornou a sociedade humana mais sujeita às distorções causadas pelos indivíduos com esse transtorno.O psicopata é considerado um indivíduo altamente perigoso. De uma maneira geral entende-se que a característica essencial do psicopata é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos alheios, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.
Também reconhece-se hoje graus variados de psicopatia, que vai de leve, a moderada e grave. Os serial-killers seriam a forma mais grave de psicopatia. O sujeito que não sente empatia por nada além dele, seja de outras pessoas ou mesmo animais, não mantendo qualquer forma de emoção na relação com o mundo, seria um psicopata menos drástico. Mas nem por isso pouco perigoso.
O diagnóstico para esse transtorno, colocando de maneira simplificada, deve levar em consideração a existência de pelo menos três critérios que podem ser descritos como um fracasso em conformar-se com normas legais, uma propensão para enganar, impulsividade, agressividade, desrespeito pela segurança própria ou alheia, irresponsabilidade que pode estar vinculada ao trabalho ou às finanças, bem como uma ausência de remorso.Ausência de remorso! Impossibilidade de sentir a dor alheia! O psicopata nem sempre é um indivíduo excluído do meio, muito pelo contrário. Eles estão em todos os lugares, podendo pertencer ao submundo ou classes sociais sofisticadas.
Da mesma forma, são sensíveis a esse meio quando nascem e se desenvolvem. Segundo os estudos, que vem sendo realizados há séculos (o termo foi introduzido por Phillippe Pinel há cerca de 200 anos)entende-se que há fatores genéticos preponderantes, mas o meio também é responsável por acentuar ou suavizar essa predisposição.
Isso significa que mesmo com a predisposição genética, o indivíduo que conviver em um lar equilibrado e isento de violência terá menor gravidade nessa patologia, ficando mais apto a conviver socialmente dentro das regras. Esse mesmo indivíduo, se for criado em um lar desajustado e sofrer abusos e violência na infância, fatalmente será um psicopata de maior periculosidade.
Também existe entre os estudiosos um consenso em relação à incidência de indivíduos com essa patologia: cerca de 4% da população, dos quais 3% são homens e 1% mulheres.
Um aspecto interessante da psicopatia é lembrado pela psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, que escreveu um livro sobre o assunto (Mentes Perigosas): "o poder destrutivo dos psicopatas.São manipuladores, perversos e desprovidos de culpa, remorso ou arrependimento, são capazes de passar por cima de qualquer pessoa para satisfazer seus próprios interesses. Podem arruinar empresas e famílias, provocar intrigas, destruir sonhos, mas em sua maioria não matam. E, exatamente por isso, permanecem por muito tempo ou até uma vida inteira sem serem descobertos ou diagnosticados. Por serem charmosos, eloqüentes, ‘inteligentes’, envolventes e sedutores, não costumam levantar a menor suspeita de quem realmente são. Podemos encontrá-los disfarçados de religiosos, bons políticos, bons amantes, bons amigos. Visam apenas benefício próprio, almejam o poder e o status, engordam ilicitamente suas contas bancárias, são mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos, pedófilos, líderes natos da maldade".
Bastante complicado lidar com isso. Mesmo sendo um percentual pequeno na sociedade, não é tão difícil você ter um psicopata ao lado.
Psicopatas são "irracionais"? Não, de forma alguma, tanto que quando infringem leis morais e legais, como no caso da pedofilia, sabem que é um crime.
O psiquiatra canadense Robert Hare, uma das maiores autoridades sobre o assunto, afirma que os psicopatas têm total ciência dos seus atos. "A parte cognitiva ou racional é perfeita, sabem perfeitamente que estão infringindo regras sociais e porque estão fazendo. O déficit deles está no campo dos afetos e das emoções. Assim, para eles, tanto faz ferir, maltratar ou até matar alguém que atravessa o seu caminho ou os seus interesses, mesmo que esse alguém faça parte de seu convívio íntimo. Esses comportamentos desprezíveis são resultados de uma escolha exercida de forma livre e sem qualquer culpa".
Bom dia.Podemos ver que hoje em dia é mais dificil a pessoa fingir ser oque não é e deve ser por esse motivo que os casos dejustados aparecen cada vez mais,é histórico.
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