A ação de Israel ao expulsar a pacifista Mairead Corrigan Maguire, premio Nobel da Paz, espantou pessoas de todos os países e resumiu tudo aquilo que mais ameaça o mundo atual: a incapacidade de entender que o direito de soberania de um país caminha juntamente com o direito do indivíduo e que não existe mais uma ação isolada que não repercuta política e economicamente com o restante do mundo.
Por isso temos leis internacionais, baseadas em direitos universais e insofismáveis. Questão de sobrevivência do planeta! Hoje a dependência entre os países impõe uma política integrada.
Maguire é uma pacifista. Como é possível exercer a intolerância sobre alguém que defende a paz? Isso nos lembra a repetição histórica de atos obscuros e intolerantes, que pretendiam diminuir o contato das pessoas com o mundo e o conhecimento. Giordano Bruno foi queimado vivo na Idade Média porque percebeu que o universo é infinito em de transformação contínua, o que contrariava as verdades estabelecidas na época.
O próprio Sócrates, como relata Platão, foi condenado pelo poder político por opor-se às idéias dos dirigentes. Não concordava em cultuar personalidades ou divindades, porque não tinha cabimento o conhecimento ou o poder divino ser de posse de algum grupo, fosse político ou religioso! Deus e o conhecimento não poderiam ser privilégio de ninguém, pela própria condição de imanentes!
Pessoas não são produto e não podem ter proprietários. Portanto o indivíduo, esteja onde estiver, é livre, limitado pelo igual direito do semelhante. Não há cultura que possa anular essa condição. Israel dificulta o contato da ajuda humanitária e dos palestinos isolados na faixa de Gaza e essa é uma forma de autoritarismo sobre essa população.
A intolerância é inimiga do convívio, renega o contato, a troca de informações para o desenvolvimento humano e é absolutamente isolante: separa da realidade aqueles que a exercem! E assim como nos tempos do obscurantismo, prejudicam o meio e atrasam a evolução da vida. (*A.A)
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Tuesday, October 05, 2010
Monday, October 04, 2010
A velha etiqueta no novo mundo
Vamos ser práticos: etiqueta é bom ou ruim? Afinal as boas maneiras e o relacionamento social nunca saem de moda...Talvez estejam por baixo, é verdade...mas regras ainda valem, não é?
Talvez não. Para a maioria dos jovens, falar em etiqueta é coisa do século passado. Adolescentes adoram desafiar os costumes (...O que são costumes hoje?) e desafiar tradições...sem bem que achar alguma tradição atualmente também é complicado. A cultura de massa nivelou as pessoas e democratizou hábitos, vestimentas e comportamentos.
Isso não é ruim. Mas a ausência do interesse em conhecer regras básicas de comportamento profissional ou social extrapolou a descontração e atingiu em cheio a consideração pelo semelhante. Passa a ser não uma questão de ditadura de costumes, mas de respeito a leis e a cidadania!
Digamos que não é vergonha desconhecer os talheres de peixe, mas prestar atenção ao mundo ao seu redor é importante. Assentos dianteiros de veículos coletivos são destinados a pessoas idosas. Quantas vezes um marmanjo ainda imberbe ou até barbudo, esparrama-se pelo banco, deixando de pé uma senhora de 80 anos?...Ou o que dizer de alguém que tosse na mesa da refeição sem se preocupar com a carga de sua tossida? E aqueles que espirram na cara do interlocutor?
Não, não é exagero. Podemos mudar o nome, mas não rejeitar todas as regras do que chamamos etiqueta. Associada injustamente a uma atitude anti-natural e afetada, a arte das boas maneiras acabou soterrada em algum espaço deste novo século, sofrendo avarias desde a revolução cultural das ultimas décadas do século XX. No entanto saber os limites da ação individual no meio coletivo não sai de moda: é regra básica da cidadania mesmo na ficção futurista!
Digamos que refeições à moda francesa podem ser inoperantes diante dos fast-foods de hoje. No entanto saber que as mãos devem estar limpas e o alimento deve ser bem mastigado...é regra atemporal...
Algumas regras básicas da velha etiqueta "moderna", de meados do século XX podem ser atualizadas de maneira a agradar "gregos"e "troianos", enquadrando-se perfeitamente na nossa cultura global de hoje. Mais do que simples convenção, o comportamento hoje é questão de sobrevivência!
Um exemplo: a etiqueta tradicional defendia o seguinte: "Sua casa é seu campo de experiências sociais: seja cortês com todos que residem nela" . Isso não tem como sair de moda. Sem consideração pelo outro, não há convivência possível! A gentileza deve começar dentro de sua casa! Não se transformar em um campo de batalha e desgaste, como vemos atualmente!
Outro: "as pessoas mais novas devem ser apresentadas as mais velhas e as solteiras às casadas"...esse tipo de convenção é absolutamente dispensável. No entanto cumprimentar as pessoas de maneira gentil e não atropelar pedestres na calçada é algo que, definitivamente, não sai de moda e deve ser rigorosamente observado.
Vamos a algumas atitudes que diferenciam hoje as pessoas e as colocam em um patamar respeitável:
RESPEITAR O MEIO AMBIENTE - Não jogar lixo nas ruas, nas praias e jardins, recolher o cocô do cachorro em via pública a (quando passear com o cachorro, leve uma pazinha e saco de lixo), não desperdiçar água, cuidar para que o lixo tóxico seja devidamente coletado (pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, oleo de cozinha, etc)
RESPEITAR O SEMELHANTE - lembrar que todos dividem o mesmo espaço é a regra numero 1! Isso inclui respeitar as filas (que são torturantes para todos), observar a lei ( preferência para idosos, por exemplo), atender ou ser atendido com educação ( você tem o direito de reclamar, mas lembra-se de usar argumentos e firmeza e não estupidez) , não abusar do barulho depois de determinado horário ( os vizinhos tem direito de dormir) entre outras coisas (a lista é enorme)
NÃO SENTIR-SE O DONO DE RUAS E ESTRADAS - Essa é crucial: algumas pessoas quando estão na direção de um veículo perdem o senso da realidade. É fundamental lembrar que ruas e estradas são um espaço comunitário e possuem regras que devem ser cumpridas para evitar o caos. É o caso das filas! Todos tem pressa! Portanto se você não conseguir parar na faixa e respeitar os pedestres, evitar velocidade excessiva e ficar costurando e bordando nas rodovias, você é sujeito marginal e não um alguém que respeita o meio!
RESPEITAR ANIMAIS E PLANTAS - Quem diria, não é, mas até as plantas devem ser tratadas com respeito, já que são fonte de sobrevivência. Os animais são organismos com necessidades e sensações semelhantes aos humanos, Assim quando você bate em um animal, o erro é tão grande quanto o de torturar um ser humano! Por uma questão de dignidade, essa regra é inviolável: trate com respeito a natureza. Isso está na moda porque a ciência descobriu que somos todos interdependentes e para sobreviver dependemos do equilibrio natural.
Talvez não. Para a maioria dos jovens, falar em etiqueta é coisa do século passado. Adolescentes adoram desafiar os costumes (...O que são costumes hoje?) e desafiar tradições...sem bem que achar alguma tradição atualmente também é complicado. A cultura de massa nivelou as pessoas e democratizou hábitos, vestimentas e comportamentos.
Isso não é ruim. Mas a ausência do interesse em conhecer regras básicas de comportamento profissional ou social extrapolou a descontração e atingiu em cheio a consideração pelo semelhante. Passa a ser não uma questão de ditadura de costumes, mas de respeito a leis e a cidadania!
Digamos que não é vergonha desconhecer os talheres de peixe, mas prestar atenção ao mundo ao seu redor é importante. Assentos dianteiros de veículos coletivos são destinados a pessoas idosas. Quantas vezes um marmanjo ainda imberbe ou até barbudo, esparrama-se pelo banco, deixando de pé uma senhora de 80 anos?...Ou o que dizer de alguém que tosse na mesa da refeição sem se preocupar com a carga de sua tossida? E aqueles que espirram na cara do interlocutor?
Não, não é exagero. Podemos mudar o nome, mas não rejeitar todas as regras do que chamamos etiqueta. Associada injustamente a uma atitude anti-natural e afetada, a arte das boas maneiras acabou soterrada em algum espaço deste novo século, sofrendo avarias desde a revolução cultural das ultimas décadas do século XX. No entanto saber os limites da ação individual no meio coletivo não sai de moda: é regra básica da cidadania mesmo na ficção futurista!
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Regras de comportamento são uma questão de sobrevivência... |
Digamos que refeições à moda francesa podem ser inoperantes diante dos fast-foods de hoje. No entanto saber que as mãos devem estar limpas e o alimento deve ser bem mastigado...é regra atemporal...
Algumas regras básicas da velha etiqueta "moderna", de meados do século XX podem ser atualizadas de maneira a agradar "gregos"e "troianos", enquadrando-se perfeitamente na nossa cultura global de hoje. Mais do que simples convenção, o comportamento hoje é questão de sobrevivência!
Um exemplo: a etiqueta tradicional defendia o seguinte: "Sua casa é seu campo de experiências sociais: seja cortês com todos que residem nela" . Isso não tem como sair de moda. Sem consideração pelo outro, não há convivência possível! A gentileza deve começar dentro de sua casa! Não se transformar em um campo de batalha e desgaste, como vemos atualmente!
Outro: "as pessoas mais novas devem ser apresentadas as mais velhas e as solteiras às casadas"...esse tipo de convenção é absolutamente dispensável. No entanto cumprimentar as pessoas de maneira gentil e não atropelar pedestres na calçada é algo que, definitivamente, não sai de moda e deve ser rigorosamente observado.
Vamos a algumas atitudes que diferenciam hoje as pessoas e as colocam em um patamar respeitável:
RESPEITAR O MEIO AMBIENTE - Não jogar lixo nas ruas, nas praias e jardins, recolher o cocô do cachorro em via pública a (quando passear com o cachorro, leve uma pazinha e saco de lixo), não desperdiçar água, cuidar para que o lixo tóxico seja devidamente coletado (pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, oleo de cozinha, etc)
RESPEITAR O SEMELHANTE - lembrar que todos dividem o mesmo espaço é a regra numero 1! Isso inclui respeitar as filas (que são torturantes para todos), observar a lei ( preferência para idosos, por exemplo), atender ou ser atendido com educação ( você tem o direito de reclamar, mas lembra-se de usar argumentos e firmeza e não estupidez) , não abusar do barulho depois de determinado horário ( os vizinhos tem direito de dormir) entre outras coisas (a lista é enorme)
NÃO SENTIR-SE O DONO DE RUAS E ESTRADAS - Essa é crucial: algumas pessoas quando estão na direção de um veículo perdem o senso da realidade. É fundamental lembrar que ruas e estradas são um espaço comunitário e possuem regras que devem ser cumpridas para evitar o caos. É o caso das filas! Todos tem pressa! Portanto se você não conseguir parar na faixa e respeitar os pedestres, evitar velocidade excessiva e ficar costurando e bordando nas rodovias, você é sujeito marginal e não um alguém que respeita o meio!
RESPEITAR ANIMAIS E PLANTAS - Quem diria, não é, mas até as plantas devem ser tratadas com respeito, já que são fonte de sobrevivência. Os animais são organismos com necessidades e sensações semelhantes aos humanos, Assim quando você bate em um animal, o erro é tão grande quanto o de torturar um ser humano! Por uma questão de dignidade, essa regra é inviolável: trate com respeito a natureza. Isso está na moda porque a ciência descobriu que somos todos interdependentes e para sobreviver dependemos do equilibrio natural.
Friday, October 01, 2010
Justiça Primitiva

Muito bem! E então? O que aconteceu?
Bem, a sociedade humana começou a delinear-se. Descobriu-se que fixar-se em um lugar facilitava o objetivo de sobrevivência diante do novo poder. Através do fogo obtinha-se não apenas calor, mas progresso: o fogo derretia, transformava, protegia! Fogo era poder de sobrevivência!
Pois bem, foi por volta dessa fase que o ser humano, que já possuía regras de convivência ditadas pelo instinto de sobrevivência, começou a "clarear" a mente. É bem provável que a ideia de que as regras devem ser conscientizadas e obedecidas por um grupo que divide o mesmo espaço tenha começado a desenvolver-se lado a lado com o instinto e assim o conceito primitivo de Justiça foi moldado.
Podemos dizer, portanto, que Justiça e seu conceito, de forma racional e não apenas instintiva, são tão antigos quanto a sociedade humana. Mesmo porque sem regras, não haveria sobrevivência, ainda que o cenário fosse uma caverna e a ameaça tigres de dentes de sabre.
No decorrer da história as sociedades humanas foram aprimorando o pensamento e por fim complicando a vida. Por que? Ora, juntamente com a evolução das sociedades e do pensamento, como na fase dourada dos grandes filósofos gregos (filosofia e ética são inseparáveis e, portanto, os conceitos da Justiça que desencadeiam as leis do Direito, derivam de ambas), surgiu a necessidade de "elitizar" o conhecimento.
Precisa explicar? Tudo bem: uma palavrinha só resume tudo: poder político. Esse sempre foi o fator complicador da sociedade humana. Por causa disso e mesmo sem parar para pensar (isso era complicado na época) o homem das cavernas se engalfinhava com outros grupos e no decorrer da história a vida consistia em guerrear, conquistar e submeter.
Poder político, nos tempos primitivos, equivalia à sobrevivência rústica, centrada na própria identidade. Depois, com a fixação na terra e a necessidade de multiplicação, adicionou-se a isso a defesa do espaço e da comunidade.
Mas a mentalidade de domínio coletivo para sobrevivência individual, foi se aguçando no decorrer dos séculos. E quando o homem começou a organizar o pensamento, em uma das sociedades mais interessantes da história, com o florescimento da filosofia, a briga tornou-se mais sofisticada.
Foi quando as pessoas tiveram de enfrentar o antagonismo, a hipocrisia, a distorção das palavras e dos fatos. Veja bem, de um lado os filósofos tentavam explicar, com a maior boa vontade e interesse genuíno, por que as coisas são ou parecem ser; de outro os chamados sofistas ( que de início eram pessoas que andavam pelas cidades da Grécia ministrando aulas "particulares") tentavam ganhar notoriedade contestando e distorcendo as conclusões dos filósofos, ao sabor do poder dominante.
Essa historinha resume muito bem a dificuldade que sempre acompanhou a interpretação da Justiça e a definição das leis - assim como a sua aplicação pelos tribunais.
A tal ponto que existe um consenso terrível entre juristas de diferentes épocas, no nosso mundo civilizado: o nosso sistema judicial não consegue atingir a plenitude da Justiça!
Por esse motivo, você já deve ter ouvido esta frase de algum advogado: "Não é justo, mas é assim que o sistema funciona". Ora, pinhões, o que estamos esperando para tornar nosso sistema judiciário mais eficiente e fazer com que os tribunais cumpram plenamente com seu objetivo de fazer Justiça? ( do livro "A geração de Eva", de Mirna Monteiro)
Tuesday, September 28, 2010
AMOR, ETERNO AMOR
Sim, o amor. Esse sentimento pode ser menosprezado ou superestimado, mas no final da contas ele ocupa a grande preocupação humana. Aparentemente todos vivemos em função desse sentimento mesmo quando não admitimos isso!
O amor está ligado a grandes transformações da humanidade, à sobrevivência da espécie, determinando uma série enorme de outros sentimentos e comportamentos que irão modificar o indivíduo e o meio!Ausência de amor é carência afetiva, um tipo de condição que causa estragos em qualquer fase da vida do indivíduo.
Não é exagero! Desde que somos gerados, já temos a expectativa de sermos amados. Dependemos dela para sobreviver. O que confunde a interpretação do amor, pois ele pode assumir formas variadas. Digamos que entre tantas referências e interpretações, nos limitássemos a duas formas do amor, o fraterno e aquele oriundo da paixão.
Explicar o amor fraterno é fácil! Trata-se de um sentimento necessário para o equilíbrio do meio. Todos sabemos que a sobrevivência depende desse sentimento, que faz com que as pessoas se agreguem e se auto-protejam. Mesmo que você queira acreditar que basta um sentimento frio e mecânico de cooperação na espécie humana, o amor vai diferenciar as relações e tornar a vida potencialmente mais agradável.
O amor entre os sexos é óbvio para a procriação...será possível que seja eliminado no futuro, caso o ser humano se reproduza em laboratórios? Sabe-se lá. Hoje em dia há quem afirme que o amor paixão é pura química, afirmação que provoca nos românticos incuráveis uma desagradável sensação de vazio.
Por que? Bem, a alma e o encanto do arrebatamento que leva ao amor físico são substituídos pela prática explicação de neurotransmissores cumprindo uma função indispensável na ativação do impulso sexual,
como a tal feniletilamina, recentemente associada à paixão. Suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos como uma troca de olhares ou um aperto de mãos. Algo assim como abrir uma torneira.
O pior ( para os românticos) não é o fato dos cérebros apaixonados estarem encharcados de substâncias neurotransmissoras, mas sim a certeza de alguns cientistas de que somos programados como maquininhas para que isso ocorra e pare de ocorrer! Digamos que biologicamente sentimos paixão por 18 a 30 meses! Aí desligamos...
Além de chata, essa informação nem é muito nova. Schopenhauer já dizia que o amor é apenas um artifício, exclusivamente humano, para poder procriar e poder chegar a um sucessor perfeito. Ele tinha lá sua interpretação da vida, que seria basicamente feita de dor e sofrimento no objetivo de chegar à morte, preservando eternamente nosso corpo por meio de nossa descendência.
Bem...Artur estava certo e mesmo sem saber de química cerebral e DNA, antecipou a descoberta de cientistas atuais. Mas ainda assim...não, isso pode explicar a paixão ou necessidade de procriação, mas não explica o amor! Ou seja, quantos não permanecem com o sentimento crescente após décadas em comum?
Além de chata, essa informação nem é muito nova. Schopenhauer já dizia que o amor é apenas um artifício, exclusivamente humano, para poder procriar e poder chegar a um sucessor perfeito. Ele tinha lá sua interpretação da vida, que seria basicamente feita de dor e sofrimento no objetivo de chegar à morte, preservando eternamente nosso corpo por meio de nossa descendência.
Bem...Artur estava certo e mesmo sem saber de química cerebral e DNA, antecipou a descoberta de cientistas atuais. Mas ainda assim...não, isso pode explicar a paixão ou necessidade de procriação, mas não explica o amor! Ou seja, quantos não permanecem com o sentimento crescente após décadas em comum?
Segundo o neurobiólogo James Old, "o amor entra pelos olhos". Reforça o fato de recursos químicos para estimular a paixão. Aliás ao longo da história parece que a química é necessária para romper o distanciamento entre homem e mulher. Não diz a lenda que Eros nasceu de Recurso e de Pobreza, que aproveitou-se de sua embriaguês? Nada muito lisonjeiro. Na sequência de nascimentos, surgiu o Caos, depois a Terra e então o pobre Eros...
Provavelmente essa crítica ao amor vem do eterno embate entre o homem e a mulher. A mulher é uma ameaça ao homem, pois ela o fragiliza através do amor. Sócrates costumava dizer que deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem...
Platão escreveu em "O Banquete" que "o amor é pobre, magro, mal apresentado, sem sapatos, sem domicílio, sem outra cama que a terra, dormindo sob as estrelas, sem cobertores, junto das portas e nas ruas, irremediavelmente miserável, imitando sua mãe"!
É...Uma observação crítica demais para um sentimento tão amplo! Propércio dizia que a medicina é o remédio para todas as dores humanas, mas o amor é um mal que não tem cura! Já Pitágoras, mais prático, considerava que o sentimento era possível se quem tivesse contato com ele pudesse abriga-lo e alimentá-lo com pureza. "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo".
Machado de Assis considerava que o amor durava pouco, mas culpava a rotina e o excesso de formalidade em algo que devia ser livre. "Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento", escreveu.
Bem, amor não deve ser analisado por pensadores talvez. Melhor que seja citado por aqueles que tem a veia romântica para reconhecer o sentimento e a paixão. Como Shakespeare: "Amor, sensata loucura, sufocante amargura, vivificante doçura!" . Muito dramático...que tal Camões:

É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor
Talvez seja melhor Carlos Drumond de Andrade
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Não, não...O óbvio, quem pode descrever o óbvio? Fernando Pessoa? Talvez seja ele quem melhor expresse o sentimento, colocando pensadores e cientistas no sapato: "Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Talvez isso seja suficiente. Venha de onde for, a verdade é que o amor move moinhos e torna as pessoas melhores, em todas as suas versões, do amor fraterno ou amor paixão.
Como a incrível capacidade que algumas pessoas tem de amar incondicionalmente, de sentir afeição pelo, semelhante, mesmo por aqueles que sequer conhece. Seria o amor universal, aquele que se estende por toda a natureza, reconhecendo o equilíbrio das coisas e a beleza que se esconde em cada forma de vida!
Esta discussão vai longe...ou amor não se discute? (Mirna Monteiro)
Monday, September 27, 2010
TERRA, ETERNO PLANETA TERRA...
Desde que o mundo teve contato com a ficção que mostrava uma nave espacial comandada pelo próprio computador - aquele que resolveu rebelar-se contra a intervenção humana, livrando-se de seus tripulantes - e décadas depois criou robôs sentimentais, as pessoas andam preocupadas: o ser humano será sobrepujado pelas máquinas?
Pronto, está criada a "síndrome do descarte"! Seres humanos são um estorvo à natureza! Vivem em conflito emocional, sofrem de impulsos autofagistas e cospem no prato em que comem! Robôs são extremamente "cleans", contanto que sejam à prova de ferrugem. Como são máquinas, podem realizar proezas, como arremessar um incômodo mortal a um quilômetro de distância, ter visão de raio X e soldar seus próprios parafusos quando eles não se mantiverem devidamente enroscados!
Já o ser humano...que raça complexa! Quando esses seres dirigem máquinas, tem o poder de descontrola-las. Adoram ajusta-las de maneira a torna-las letais e furiosas. É claro que temem uma revolução das máquinas desde o início da revolução industrial, quando descobriram que por mais simples que seja o mecanismo, ele sempre será mais confiável do que a frágil potência humana.

Mania de descarte! Complexo de inutilidade no planeta...qualquer coisa assim. A sociedade humana anda mesmo se auto-depreciando. O espírito de derrota sobrepuja a força de mudança. Já temos pedaços de nossa história enterrados, memórias do nosso planeta Terra em cápsulas do tempo, aqui e acolá, em vários paises, inclusive no Brasil. Que por falar nisso teve uma cápsula do tipo, em uma cidade brasileira, espirrada pelo esgoto em um retorno prematuro à superfície. O saneamento básico é o fim do mundo, mas se continuar expulsando a nossa memória ainda temos o recurso de sondas espaciais que levam informações de nosso planeta registradas em um disco, como a do Voyager!

Aparentemente, estamos mesmo preparados para um final da história. O problema é que não se sabe ainda se realmente somos sensíveis a ponto de pressentir o fim ou se estamos apenas exagerando nossos complexos aqui já relatados. No entanto podemos ter certeza de que mesmo com todo esse ar de tragédia no ar, as piores qualidades humanas continuam a atuar, aparentemente sem preocupação de ter de prestar contas em algum tribunal intergalático ou terreno. Se não vier o fim do mundo, vamos ter muito trabalho para arrumar o planeta! (Mirna Monteiro)
Thursday, September 23, 2010
A FALÊNCIA DA CONFIANÇA
Ou seria crise da confiança? Pouco importa, pois o pior está acontecendo: ninguém confia em ninguém. Chegamos a um ponto onde a vida em comunidade chegou ao extremo. Não é possível confiar sequer na festa dos estádios de futebol, de onde alguém pode sair ferido no exagero da torcida!
Os tempos da inocência e da naturalidade estão ficando para trás, estraçalhados por um sistema de vida onde a traição parece esconder-se em cada espaço. O cidadão que passa na calçada olha desconfiado para o cidadão que vem no sentido contrário. Todos passamos a ser, potencialmente, vítima ou agressor!
As pessoas reclamam: a Justiça anda a passos lentos demais e demora a chegar, situação agravada pela existência de pessoas infiltradas no sistema judiciário que se utilizam do tráfico de influência e corrupção; nas ruas a violência e a criminalidade são ameaças contínuas; na política, dinheiro público é sequestrado por indivíduos que utilizam a fachada de prefeitos, vereadores, deputados, senadores ou simplesmente funcionários comprometidos com falcatruas milionárias!
Está se tornando comum demais o desabafo:"ninguém presta, é tudo farinha do mesmo saco"...Francamente, estamos exagerando e correndo o risco da auto-mutilação social.
Como é viver na desconfiança? Sabemos que a maioria das pessoas não é corrupta! Mas sabe-se hoje, através das próprias denúncias e investigações, que parte das pessoas que tomam decisões em setores importantes da vida do cidadão cede ao ganho fácil da corrupção.
Sabemos da precariedade de nossas instituições, do ensino que visa apenas lucro, dos riscos de interesses na saúde, no comércio, nos serviços essenciais, na mídia! O que ainda não se sabe a dimensão dessa corrupção dentro dos orgãos públicos!
Não ter certeza aumenta o estado de insegurança e desconfiança. Ouvimos falar em corrupção sistêmica, ou seja, focos de corrupção que sobrevivem há décadas e que finalmente estão sendo comprovados, e então vem o medo: e se nunca conseguirmos controlar a corrupção? Até onde ela vai? Até que ponto contamina a mais importante instituição do país, a Justiça? Se a Justiça não é forte, como sair dessa?
Por esse motivo a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o Ficha Limpa foi acompanhada com expectativa. Com medo de que artimanhas que buscam interpretações deformadas da lei vencessem o óbvio, que é o comprometimento de condenar qualquer forma de corrupção. Viver um país que se preocupa em denunciar a corrupção, com um trabalho de esforço da policia federal na coleta de provas de grupos antes intocáveis, é muito bom! Mas se a Justiça não completar a sua função, vem desapontamento, a depressão e a crise de confiança!
Essa expectativa deixa qualquer um doente. A sociedade, hoje, está cada vez mais medicada. São anti-depressivos e outros medicamentos psiquiátricos para aliviar os sintomas da falência da confiança e da sensação de desamparo e de falta de freios. Se não houver coragem para punir quem transgride a lei, não será possível recuperar a confiança no sistema...(AC)
As pessoas reclamam: a Justiça anda a passos lentos demais e demora a chegar, situação agravada pela existência de pessoas infiltradas no sistema judiciário que se utilizam do tráfico de influência e corrupção; nas ruas a violência e a criminalidade são ameaças contínuas; na política, dinheiro público é sequestrado por indivíduos que utilizam a fachada de prefeitos, vereadores, deputados, senadores ou simplesmente funcionários comprometidos com falcatruas milionárias!
Está se tornando comum demais o desabafo:"ninguém presta, é tudo farinha do mesmo saco"...Francamente, estamos exagerando e correndo o risco da auto-mutilação social.
Como é viver na desconfiança? Sabemos que a maioria das pessoas não é corrupta! Mas sabe-se hoje, através das próprias denúncias e investigações, que parte das pessoas que tomam decisões em setores importantes da vida do cidadão cede ao ganho fácil da corrupção.
Sabemos da precariedade de nossas instituições, do ensino que visa apenas lucro, dos riscos de interesses na saúde, no comércio, nos serviços essenciais, na mídia! O que ainda não se sabe a dimensão dessa corrupção dentro dos orgãos públicos!
Não ter certeza aumenta o estado de insegurança e desconfiança. Ouvimos falar em corrupção sistêmica, ou seja, focos de corrupção que sobrevivem há décadas e que finalmente estão sendo comprovados, e então vem o medo: e se nunca conseguirmos controlar a corrupção? Até onde ela vai? Até que ponto contamina a mais importante instituição do país, a Justiça? Se a Justiça não é forte, como sair dessa?
Por esse motivo a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o Ficha Limpa foi acompanhada com expectativa. Com medo de que artimanhas que buscam interpretações deformadas da lei vencessem o óbvio, que é o comprometimento de condenar qualquer forma de corrupção. Viver um país que se preocupa em denunciar a corrupção, com um trabalho de esforço da policia federal na coleta de provas de grupos antes intocáveis, é muito bom! Mas se a Justiça não completar a sua função, vem desapontamento, a depressão e a crise de confiança!

Wednesday, September 22, 2010
Os filamentos mágicos

Filamentos luminosos e atraentes: a fibra ótica revolucionou a telefonia a distância e a internet. Alguns cabos que atravessam o oceano Atlântico têm capacidade para 200 milhões de circuitos telefônicos. Incrível como algo tão delicado pode conter o poder de comunicação com o mundo!
Mas o interessante é o resultado de um visual delicado, luminoso e diferente, que permite novas formas e usos, com imagens futuristas. A fibra ótica ilumina ambientes em peças decorativas, mas também pode se transformar em uma blusa ou adereços ou ainda manter-se, simplesmente, como um facho de luz!

Uma luminária extremamente sofisticada

A mesinha ganha um efeito enigmático

Cortinas que iluminam o ambiente

Efeito poderoso na toalha de mesa, dotada de luz própria

A fibra ótica presente na trama da blusa

guarda-chuvas com "luz própria", de efeito extremamente interessante

Cabelos luminosos e outros adereços

O material em árvore e enfeites de natal muito coloridos
Tuesday, September 21, 2010
Crenças, ceticismo e botões

Não estamos falando da filosofia cética. Estamos falando de um tipo de comodismo ou busca de conforto apoiado na negação. Ainda que o questionamento radical no caso contrarie outras opiniões ou mesmo ansiedades. A mesma sociedade que reclama do artificialismo, sequer cogita a possibilidade de deixar de consumir o frango à base de antibióticos ou a salada regada a agrotóxicos ou exigir que vilões simpáticos que adotam do alto de seus altos cargos a filosofia do "vale tudo" suspendam os seus abusos...
É um conforto imaginar que tudo vai bem e que qualquer ameaça é besteira. Não vamos dizer que a origem do ceticismo seja semelhante ao ceticismo enlatado e entalado de nosso tempo. Pirro de Elis jamais imaginaria que 1.700 anos depois de suas certezas sobre o que seria certeza, tal situação pudesse acontecer. Certamente não negaria veementemente a possibilidade do homem tornar-se um ser abstrato, em nome de uma sociedade concreta, a ponto de sacrificar o prazer do paladar ingerindo alimentos enfiados em uma lata!
Assim tudo é menosprezado ou reduzido a nada por nossos modernos céticos, inclusive desmandos cotidianos. Suponha que se fale, a esses, sobre mudanças clomáticas ou derretimento das geleiras! A reação provável será um ataque de fúria, que só se iguala ao menosprezo não menos furioso de quem se atrever a ser crente!
Parece mais uma disputa pela supremacia do discurso!
O problema de tanto antagonismo talvez esteja na interpretação do que seria a fé ou o ateísmo. A interpretação de fé é resumida à adoção de doutrinas religiosas e a do ateu, à capacidade filosófica.
Como se fosse possível separar as duvidas e certezas humanas em duas metades!
Digamos que nem sempre aquele que tem fé, aceita a imposição de alguma doutrina ou religião, preferindo navegar na própria intuição e nela buscar respostas. Ou, de outro lado, podemos também argumentar que nem todo ateu é racional ou entende de filosofia! Talvez repita chavões para si mesmo, reduzindo sua capacidade de pensamento a um espécie de doutrina disfarçada.
E com usso desviamos a atenção do foco da questão, que é ser ser cético em relação ao risco da sobrevivência do planeta, ou crente na possibilidade de exagero de consumo, que levará o planeta a uma situação de risco.
Assim essa discussão vai longe!
Mas é interessante um desafio entre crentes e céticos, digamos a respeito de assuntos reconhecidos cientificamente, mas que seriam "truques da mídia" para os nossos descrentes. Vamos a uma discussão não ficcional, mas real, retirada de uma conversa que realmente aconteceu...sobre as possibilidades de problemas de sobrevivência futura (os que afirmam ser racionais a toda prova, tem pavor de imaginar um mundo ainda mais caótico e apocaliptico ) com o meio ambiente, do qual depende para sobreviver. Entre céticos e preocupados!
Aquecimento global
Cético - Isso é fofoca midiática!
Preocupado( inconformado) - Fofoca? Além de todas as indústrias, veículos, maquinários, sabia que bois são responsáveis por 20% das emissões de gases estufa no planeta?
Cético - Lá vem você querendo que eu coma capim!
Preocuoado - Imagine, coma o que quiser...sem bem que comer o que se caça é diferente de comer esse monte de bicho criado para matadouros.
Cético - Bobagem, eles nem sentem nada.
Preocupado - Que prepotência a sua em achar que sabe o que os outros sentem, Isso desequilibra, porque não tem nada de natural. Desequilibra!
Cético - Ah, mas para acabar com a terra precisa muito tempo ainda...Não é o pum de gado que vai conseguir isso. Só 20%, tá bom.
Crente - Mas chega! Ai meu Deus do Céu!
Cético- Ih, esse negócio de deus é invenção política!
Crente - Mas todas essas porcarias superfluas que aumentam o lixo no planeta é que são invenção política!
Cético - Desde quando sobreviver é invenção? É condição!
Preocupado- Condição? É imposição! Você feito de trouxa!
Cético - Mas que besteira! Não tem nada disso! Você é doente!
Preocupado - Você é doente!
Cético - Imagine se vou acreditar nisso!
...E tem gente que não acredita em destruição?...
Monday, September 20, 2010
Formas, cores e luz
Tuesday, September 14, 2010
Filosofia (irreverente) dos anos 20

Ingênuo, mas nem por isso menos mordaz, o humor de 1920 mostra muito da maneira de pensar e ser da época. Aqui temos um pedaço da sociedade que preparava-se para começar a viver a grande revolução de valores do século XX. O tema, alías, é "Verdade ou Mentira", publicado na revista "O Careta":
*** O alfinete é o único cavalheiro que, vivendo na intimidade das mulheres, nunca perde a cabeça...
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***A franqueza é a nudez do pensamento. Dizer a verdade é tão indecente quanto andar nu.
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***Não emprestemos dinheiro aos nossos amigos, nem digamos a verdade à mulher a quem queremos bem: será a melhor forma de conservarmos a mulher, os amigos e...o dinheiro.
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*** A honestidade é como o perfume, aproveita-a mais os outros do que quem a tem.
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***O casamento nasce de uma ilusão,vive de uma esperança e morre, quasi(sic) sempre, de um mal entendido.
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***Para que o0 casamento constituisse a fórmula ideal da felicidade affectiva (sic)era preciso que os homens fossem menos egoistas ou que as mulheres tivessem o dom de se renovarem constantemente como Protheu. O que mata o amor é a monotonia, que é inimiga da arte e da sensibilidade. A mesma paisagem, por mais linda que seja, acab a enfarando si (sic) não acode alguem a dar-lhe aspectos novos...
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***Beijos são bonbons (sic) que se guardam na caixinha de segredos da bocca (sic). Mas é curioso notar que comido o primeiro bonbon (sic)nunca mais se encontra, na caixinha, outro com o mesmo sabor...
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***O erro está para a verdade assim como a noite está para o dia. Se não fosse a noite o dia não seria tão lindo...
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