Wednesday, March 13, 2013

REALIDADE E IMAGINAÇÃO



Como você vê o mundo, extremamente influenciado pela mídia, ocupado por imagens ficcionais que invadem a realidade? 
E no caso da realidade invadir o virtual?
Bombardeios e fuzilamentos estão sendo noticiados, seja na Palestina, na Líbia ou em qualquer lugar do mundo, mas apesar de causar impacto na vida das pessoas a consciência de sua dimensão fica comprometida  por um processo interessante: quanto maior a vivência da ficção violenta, através de filmes e games, mais a realidade se mescla à fantasia na mente humana!
Essa condição vez por outra se torna bastante evidente. Quando Saddan Hussein foi enforcado, a realidade ou não de sua morte naquele cenário foi contestada por muita gente. Um jornalista egípcio sustentou que o ex-ditador iraquiano não estava ali e sim um sósia dele. Segundo esse jornalista Saddan nunca foi capturado pelos EUA.
O que é realidade? O que seria ilusão?
A linha divisória entre a realidade e a ficção está cada vez mais tênue e experiências demonstram que o cérebro humano anda confundindo o real e imaginário. Para quem cresce em um mundo de imagens, onde a violência virtual é exagerada, a interpretação do terror e destruição no mundo real fica comprometida.
Em um mundo repleto de informação e imagens, reais e ou virtuais (que parecem extremamente reais), não são apenas as pessoas que passam horas imersas em uma tela do computador que sentem seus efeitos.
Também a mídia eletrônica, através da televisão, e a ficção elaborada que vai às telas do cinema parecem provocar mudanças na percepção das pessoas.
Muitos relacionam esse “descontrole” perceptivo também ao tempo. A terra parece girar mais rapidamente, por exemplo. O excesso de imagens e acontecimentos também torna o dia extremamente curto.
Se a percepção humana está sendo afetada por diferentes fatores – como bombardeio de informação, imagens, mundo virtual e confusões com horários elásticos, podemos supor que a capacidade de orientação e o próprio raciocínio ficam comprometidos.
Por isso há pessoas que não acreditam nas próprias previsões da ciência, como as conclusões das pesquisas científicas acerca da temperatura do planeta ou de riscos cataclismicos. Ou embora aceitando a validade das pesquisas, não conseguem imaginar-se dentro da realidade. Pelo menos não desse tipo de realismo ameaçador.
Tragédias reais não são ameaçadoras, até o momento em que algum fator a torne próxima o suficiente para interferir em sua rotina e, portanto, a situação ganhe contornos individuais e pessoais. As informações científicas são interpretadas com o mesmo espanto e terror imediato de um filme tipo “The day after”, ou documentários com rigorosa base científica são interpretados como probabilidade remota que permanece no consciente  até a saída do cinema e a colherada de sorvete.
Esta possibilidade é aterradora, considerando que o hábito à violência ficcional pode ser assimilado pela mente humana como rotina real. Agressões, tiroteios, grosserias, tudo isso passa a ser reconhecido como "natural" ao meio, ganhando certa familiaridade. Os vilões do mal não podem ser tão fortes e charmosos ou vencer os "do Bem", como anda pregando nossa ficção. Há filmes onde o assassino profissional ganha um perfil "humano" e simpático. Mas quem assassina outro ser não pode ter "perfil humano",  pois invade o espaço alheio e destrói uma vida.
Em mentes perturbadas, essa relação pode facilmente desencadear comportamentos antes reprimidos pelo meio. A vida humana torna-se reles e dispensável, como as dos zumbís que tem suas cabeças explodidas pela arma do jogo virtual.
Há quem diga que toda essa violência ficcional tem o objetivo de transtornar as sociedades e implantar o caos, no mais absoluto exemplo teórico das conspirações do mundo moderno. Independente de qualquer exagero ou transtornos, a verdade é que começamos a enfrentar um claro desequilíbrio entre o real e o imaginário, com consequências muitas vezes dramáticas. Misturar realidade e ficção poderia não ser uma influência tão nefasta se houvesse maior atenção a fatores de comportamento que auxiliam a manter uma relação saudável com o meio desde a infância.  (Mirna Monteiro)

1 comment:

  1. Anonymous5:33 AM

    Poderimosdizer que ë proposital esse exagero da fantasia violenta,tipo assim pra influenciar jovens e torna-los insanos?

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