Mulheres são sensíveis, inteligentes, agradáveis, desagradáveis, burrinhas, alegres, tristes, humanistas, defensoras da vida e dos filhos, cruéis até com a própria cria, desleixadas, cuidadosas, verdadeiras, mentirosas, geradoras da vida, assassinas, boas, más, ingênuas, maliciosas, políticas, apolíticas, versadas, cultas, ignorantes e analfabetas, coerentes, perplexas, abobalhadas, amorosas, odiosas, conscientes, inconsequentes, com capacidade de compreensão da vida ou completamente ineptas para entender seu semelhante...
Qualidades e defeitos, concepções e realidade. Ao tentar definir a mulher como um ser que foi modelado em uma mesma forma, erramos. Impossível definir a mulher.
Mais do que nunca, a mulher é um ser imprevisível e desconhecido. Nos velhos tempos a mulher era a geradora, a protetora, a "cola" que unia a família, que se equilibrava sob sua sensibilidade e força. Nos novos tempos essa mulher assumiu diferentes personalidades e objetivos, onde os critérios de importância se tornaram flutuantes e indefinidos.
Por isso quando tentamos esteriotipar a mulher de hoje, ficamos confusos. Para quem busca as qualidades que seriam inerentes ao feminino, há risco de encontrar fragmentos de alguma explosão, que precisam ser pacientemente analisados e reunidos como um quebra-cabeça.
Há mulheres absolutamente dispostas a encarar o mundo sem sequer considerar qualquer limitação do elemento feminino, de maneira radical. Mas temos também mulheres que preferem assumir as funções que seriam exclusivamente femininas, tradicionais. Mas há mais: entre esse e outro aspecto, encontramos variações imensas de comportamento. Por exemplo, há mulheres que trocaram a sensibilidade pela praticidade; a emotividade pela agressividade e egocentrismo, características antes consideradas masculinas; há também quem não queira de forma alguma ser mãe, enquanto mesmo aquela que não tem vocação para a maternidade traz ao mundo novas vidas apenas para livrar-se do risco da solidão, sem consciência da importância do cuidado e da dedicação a um filho.
Como se vê, as mulheres hoje possuem modelo variado e características múltiplas. Não cabem em uma única definição, como insistimos em acreditar.
O que não quer dizer que a mulher hoje tenha menos qualidades do que a de ontem.
Por outro lado, generalizar o elemento feminino como perfeito em seu caráter, também não dá. Afinal temos aí nas estatísticas um aumento de mulheres marginais ou malvadas o suficiente para sufocar a própria prole e para causar indignadas lamentações sobre como o mundo se perde e se auto-destrói na confusão da perda de valores.
Está feita a confusão!
Se a mulher fragmentou-se em sua essência, o Dia da Mulher ficou confuso, politicamente incorreto, culturalmente exagerado, ainda que essa referência ajude a entender o imenso quebra-cabeça social e político que começou com naturalidade na sociedade primitiva, com sufocamento em conhecidas fases históricas e que hoje tenta enquadrar a mulher em moldes que tem tamanhos diferentes, mas são igualmente sufocantes.
Mulheres não são a base da vida por definição. Há mulheres que o são.
Há mulheres que cumprem com tranquilidade o seu papel natural, independente de serem um poço de informação, acumulando títulos universitários ou ignorando a profusão de acontecimentos que convulsionam a sociedade.
Há também mulheres heróicas, que defendem a vida, a paz, a união e o equilíbrio.
Há mulheres que não estão nem aí!
O que talvez valha a comemoração é o fato de que o feminino que gera e defende a vida ainda é maioria neste mundo cheio de conflitos. Seja qual for a atuação dessa mulher ou maneira como ela enfrenta o preconceito subliminar ou direto, ela age positivamente e ajuda a melhorar a vida, proporcionando esperança e ajudando a criar seres - homens e mulheres- conscientes para um futuro menos dramático.
Para estas pessoas o Dia da Mulher deve ser realmente comemorado. Porque não é moleza. Parabéns a você! ( Mirna Monteiro)
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http://artemirna.blogspot.com.br/2012/03/o-desafio-de-ser-mulher.html
Muito bom penso assim tambem.Sempre fiquei indognada com essa tentativa de divinizar a mulher como se ela fosse material de alguma loja,pq n tem o dia do homem?
ReplyDeleteLindo e certo
ReplyDeleteRotular a mulher é uma forma de manter o controle de sua atuação,você concorda?
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