Tuesday, July 19, 2011

ESPELHO MEU

Muito provavelmente a imagem que você vê no espelho é uma interpretação muito pessoal e diferente daquela que passamos às pessoas. A explicação é a seguinte: ao observar seu próprio rosto, você já está preparado para interpretar além dos traços físicos. Também irá preocupar-se com o aspecto de um ou outro detalhe que para você é mais importante. Mas quem está "do lado de fora" de seu corpo também baseará a imagem em expectativas e interesses individuais.
A aparência física não deixa totalmente camufladas as características da pessoa, como seu caráter ou o estado de espírito. Por esse motivo passamos impressões diversas. Dizer que a primeira impressão é aquela que marcará indelevelmente a interpretação de alguém é uma "meia verdade". O que realmente marca e determina  como e quem você será para o mundo que o observa é a maneira como transmitirá pequenos ( grandes) detalhes de sua personalidade através de gestos, movimentos musculares e o olhar, captados principalmente de maneira subliminar.
E quando tentamos passar essa interpretação pessoal de nossa imagem para uma tela ou um desenho? Até que ponto vamos nortear outras pessoas para observar o ângulo e a forma que enxergamos em nós mesmos?
Essa resposta pode estar nos auto-retratos de artistas famosos. Será que conseguiram expressar sua própria imagem de maneira a desnudar a alma ou tentaram idealizar a si próprios?
Em tons impressionantes, Caravaggio
colocou sua face
na cabeça degolada de Golias, participando
de um embate exemplar da inteligência contra
a força bruta 




No entanto o mestre do jogo de luz e
sombras nesta tela de auto-retrato
expressou-se com timidez, como um
observador anônimo de si mesmo.


Edvard Munch, famoso por seu estilo
impressionista em telas como "O grito"
Parece mesclar-se ao ambiente, 
diluindo a própria imagem


Van Gogh, depois do ato tresloucado que
o levou a cortar a própria orelha


Picasso e sua auto-interpretação
Parece perplexo e confuso

Tarsila do Amaral, impecável
em seu auto-retrato






O surreal Salvador Dali
de olhar enlouquecido, mas
ao mesmo tempo lúcido em
sua crítica...e auto-crítica.

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