Onde todos podem optar entre conversar ou simplesmente observar o "movimento". O que fornece uma sensação de poder sobre o meio. Mesmo que esse meio possa ser ilusório, onde um deserto é interpretado como um oasis de relações.
A partir do momento em que desconectamos, "desligamos" esse espaço por vontade própria. E retornamos a realidade imediata e fisica, onde as regras podem ser encaradas como uma escravidão ao sistema.
São mundos diferentes, o virtual e o real!
Será?
Estamos realmente livres de grilhões e ameaças quando navegamos no ciberespaço?
Não há proteção no mundo virtual, todos sabemos disso. Nos sites, a relação esperada, de privacidade, não existe, mesmo que o quadro de amigos contenha apenas familiares.
O espaço, na verdade é público e mesmo que haja garantia de privacidade, a realidade indica que os dados estão ao alcance de administradores e de hackers.
Permanecem "boiando" (ou seria flutuando?) em um mundo ainda pouco desvendado.
Sites de relacionamento parecem ser uma sala isolada e privada. Torna-se mais difícil imaginar o espaço virtual, protegido por senhas, como ambiente público.
Mesmo fora dos sites de relacionamento, esse mundo virtual guarda dados pessoais de maneira indireta. Com a informatização de dados, os cadastros que são vendidos, trocados ou obtidos até em promoções e descontos ou nas lojas e bancos, não ha mais garantia alguma de privacidade.
Essa realidade desagrada.
Nos sites, as pessoas sentem necessidade de partilhar sua vida, suas alegrias, seus momentos de sucesso, a relação amorosa ou familiar, da mesma forma que os momentos de tristeza ou depressão.
Isso é natural porque o ser humano é um animal social, preparado para conviver em grupo até mesmo para garantir a sobrevivência individual, que se torna mais garantida na sobrevivência mútua.
A relação virtual aproxima tanto as pessoas conhecidas - familiares e amigos - como reduz ou elimina o distanciamento entre pessoas desconhecidas que iniciam uma amizade através de interesses comuns. Sem essa "mágica" virtual que elimina distâncias e derruba as paredes, a possibilidade de ampliar o conhecimento fica realmente muito reduzida.
Reduzida demais para quem se habitua a navegar em um espaço que seduz justamente pelo fato de funcionar sem a carga da materialidade.
Um espaço realmente sedutor, constantemente ampliado por novos recursos. Com um dispositivo mais leve e fino do que um livro, pode-se acessar e ler infindáveis obras literárias, escrever, desenhar, criar projetos, trabalhar, ouvir música, conversar, fazer compras, enfim...a ponto do sujeito que navega em um espaço tão diversificado e aparentemente infinito em suas possibilidades perguntar-se se não está havendo alguma inversão e aquilo que consideramos o mundo real não é na realidade uma espécie de limbo!
Como lidar com esse novo mundo e suas possibilidades e riscos entretanto, não é assim tão fácil. Por trás da mágica dos recursos e da sofisticação tecnológica, existe a mesma matéria básica dos tempos das trevas ou dos conflitos da civilização: o conteúdo humano, dividido entre a construção e a destruição, a verdade e a mentira, a necessidade de relacionar-se e ampliar os horizontes e a capacidade de distorcer e manipular o meio.
A grande verdade é que explorar o ciberespaço tem menor risco do que o mundo real no que se refere à preservação física (pelo menos imediata) mas não existe nenhuma garantia de segurança em qualquer outro sentido!
Mundo material, mundo virtual, mundo emocional, mundo espiritual...parece que a relação humana com espaços que pareciam fictícios e isolados finalmente se fundem em um mundo inteiramente novo, diferente, mas não mais improvável! ( Mirna Monteiro)
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