Thursday, January 01, 2015

VIDA LOUCA, LOUCA VIDA!

Entre planos mirabolantes para cada ano que começa ou modestas tentativas de mudar ações e realidades do presente, está a frustação do tempo.
Tempo que passou e que parece ter sido de alguma forma desperdiçado, tempo de sonhos que não foram concretizados, tempo de expectativas nem sempre bem definidas, mas aparentemente importantes para a vida continuar.
Depois da alegria dos fogos e encanto da espuma do champanhe, temos o que?
Se você responder com um muxoxo, está perdendo tempo. O mesmo tempo que é tão importante para o ser humano, que perde os momentos mais interessantes da existência pregando supostas formas de valorizar a vida, indo de extremos a extremos, como barata tonta!
Que extremos? Em geral todo radicalismo de pensamento e ações.
Quer um exemplo? Vejamos...Digamos que aquele que se joga com desespero em fé cega, sem saber exatamente o que a doutrina tem de realismo para o seu mundo espiritual, é tão temerário nessa opção, como aquele que se faz de cético absoluto, quanto a tudo e a todos, contra qualquer coisa que não possa ser explicada em seu mundo completamente material.
Pode ser que a esta altura, com esta observação, você esteja pensando: "caramba, lá vem outra receita de vida ou alguma pregação"...Ou talvez: "será que o diabo vai me tentar com palavrório"?
Vamos a outro exemplo de radicalismos que sempre promovem indigestão e ressaca no espírito humano. Dinheiro é tudo na vida!...Ou, devemos ser pobres e desligados dessa praga chamada capitalismo!
Certo, a esta altura podemos fazer uma pausa para rir um pouco. Faz bem à saúde, desopilar o fígado.
Mas depois desse exemplo ridículo, vamos ter de enfrentar a realidade desses extremos. Mesmo porque o segredo para escapar da tortura de ser etiquetado como mercadoria, não é bem a mediocridade. Ela na verdade apenas atrapalha o espírito humano.
Então o que temos aqui? Ser absolutamente materialista é tão ruim, quanto ser absolutamente desprovido de compreensão do supérfluo, assim como ser ao mesmo tempo um insano consumista e um  critico monástico.
Sobra o que?
Alguns dirão que falta filosofia, aquela capacidade de pensar e raciocinar sobre a vida, a morte, as ações ou a inércia humana.
Outro dirão que tudo isto está enchendo o saco!
Se você consegue superar a sensação de que este texto é chato, porque aborda sentimentos humanos que não deveriam ser contextualizados ou elocubrados, mesmo porque não sabe, nem se interessa em saber o que quer dizer isso, relaxe e beba um copo de água.
Mas se tiver interesse em tentar pensar sobre as coisas, e não costuma consolar-se consumindo filosofia enlatada e produzida articialmente, vamos lá!
Antes, aqui vai um antigo pensamento, dos tempos em que o pão era feito com trigo moido em pedras.
É interessante: "(...)Pois o homem médio interessa-se, primariamente, em nada além daquilo que satisfaz suas necessidades físicas e seus anseios; para além disso, conceda-lhe apenas um pouco de entretenimento e passatempo. Fundadores de religião e filósofos vêm ao mundo para despertá-los de seu estupor e apontar o grandioso sentido de existência; filósofos para os poucos, os emancipados; fundadores de religião para os muitos, para o grosso da humanidade. Como o seu amigo Platão disse, a multidão não pode ser de filósofos- não deveria esquecer-se disso. Religião é a metafísica das massas; deixe que fiquem com isso: permita que esta comande o respeito externo, pois desacreditá-la equivale a extirpa-la". (Demopheles)
Bem...a crítica é dolorida, tanto para crentes como para ateus. E para todos aqueles que preferem a mediocridade e a omissão, e que não são nem uma coisa, nem outra!
A maioria das pessoas não quer pensar, ou não consegue estabelecer a capacidade de interpretar a vida, sem o egocentrismo que nos torna mediocres.
Tudo aquilo que cria conforto social, vale como um cupom que elimine a necessidade de quebrar a cabeça com teoremas e possibilidades.
Infelizmente o resultado é a insatisfação, com a felicidade sustentada por fios invisíveis e frágeis da sociedade humana, que cria uma espécie de adoração a uma mentalidade que volta e meia se choca com a realidade natural.
E então?
Vamos continuar no próximo...capítulo?  (Mirna Monteiro)






7 comments:

  1. Marcio Ikeda11:12 AM

    Prefiro aquela aguarada com açucar pois encarar a realidade é muito dificil mesmo. EU FUJO MESMO!!!
    Mas quero ler o próximo capitulo aqui, hehehehe. Gostei dermais e esta facil de entender. Abraços

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  2. Anonymous2:43 PM

    Quando vai ter o próximo capitulo?

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  3. Anonymous2:44 PM

    PÃO E CIRCO E CIRCO E PÃO. ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE!

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  4. Jairoarão11:48 AM

    Fiquei ofendido, quer dizer que ou a pessoa é pensadora ou é crente??????E se eu for contra religião e incapaz de filosofar?????

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  5. Mirna Monteiro7:07 AM

    This comment has been removed by a blog administrator.

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  6. Mirna Monteiro7:12 AM

    Nesse caso, caro Jairoarão, essa pessoa não se conhece muito bem. Não há razão para ofender-se com o velho pensamento de um filósofo grego. A filosofia tentar explicar a vida, as ações e os resultados de tudo isso na natureza. Assim surgiu a matemática, a ciência em geral e assim a humanidade consegue parâmetros para conviver com essa natureza. Quando se diz que religião é para muitos e filosofia para poucos, não há situação intermediária. Veja o seu caso, a sua pergunta, por exemplo. Ora, a partir do momento em que você contesta, está filosofando! Logo, está buscando respostas, exatamente o que pretende a filosofia.

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  7. Mirna Monteiro7:15 AM

    Nesse caso, caro Jairoarão, essa pessoa não se conhece muito bem. Não há razão para ofender-se com o velho pensamento de um filósofo grego. A filosofia tentar explicar a vida, as ações e os resultados de tudo isso na natureza. Assim surgiu a matemática, a ciência em geral e assim a humanidade consegue parâmetros para conviver com essa natureza. Quando se diz que religião é para muitos e filosofia para poucos, não há situação intermediária. Veja o seu caso, a sua pergunta, por exemplo. Ora, a partir do momento em que você contesta, está filosofando! Logo, está buscando respostas, exatamente o que pretende a filosofia.

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