Parece que essa figura está ficando cada vez mais rara. Ou pelo menos anda dividida! O conceito da feminilidade de fato anda rachado ao meio.
Antes de provocar a ferocidade que anda distorcendo o conceito da feminilidade e a ação da mulher no meio social, convém explicar este assunto, que não pretende em absoluto criticar a politização e a ampliação do papel da mulher na sociedade, muito pelo contrário. Mas é preciso pensar e racionalizar o que alguns críticos chamam de "masculinização" da mulher, onde ocorre um fenômeno desagradável que gera descontrole e aumento na violência.
As estatísticas demonstram um aumento surpreendente de mulheres marginais, que no comando de quadrilhas são descritas como muito mais violentas do que os homens. Nas escolas adolescentes rolam pelo chão e não se limitam a puxar o cabelo de suas adversárias: usam instrumentos cortantes e cometem assassinatos.
Bebês indesejados são abandonados em sacos de lixo, córregos e vasos sanitários. Cada vez mais mulheres são usuárias de drogas e dependentes de álcool, prostituindo-se também precocemente.
Para os desavisados, essa seria uma situação enfrentada por mulheres de classes sociais mais baixas. Ainda que a condição sócio-econômica seja importante em parte desse comportamento, ela não explica o aumento da violência entre as mulheres das classes média e alta.
Casos de assassinatos cometidos por mulheres, até a frieza de esquartejamento, não são mais tão raros. Comuns, apesar de surpreendentes, são as mulheres furiosas ao volante de carros econômicos ou importados, que chegam ao cúmulo de perseguir suas vítimas após simples bate-boca no trânsito e tentar atropelá-las ou causar danos materiais.
A pergunta é: esse tipo de mulher, com tendência à violência, sempre existiu ou é uma fruto de alguma disfunção moderna, que criou patologias desconhecidas no temperamento feminino?
Mulheres psicopatas sempre existiram na história humana. Há exemplos de sobra. Não há portanto novidade no fato de acontecimentos terríveis na atualidade ter também mulheres em sua autoria. Ainda que não haja consenso, estudos demonstram que o aumento da violência extrema entre mulheres é compatível com a maior incidência da violência em geral, facilitada por circunstâncias do momento, como a sensação de impunidade.
A novidade fica por conta das mulheres que não são psicopatas e que apesar de serem afetivas e inseridas socialmente recebem influências do meio que levam à mudanças radicais de comportamento. Como exemplo podemos citar o receio à maternidade, que deixa de ser um acontecimento puramente instintivo para se transformar em uma escolha complicada. Como criar filhos em uma sociedade de difícil sobrevivência, já saturada em seus espaços?
A violência que ocorre ocasionalmente,em momentos imprevisíveis, também é motivada pela pressão do meio, extremamente materialista e descartável, originando um estresse que atinge ambos os sexos, sem distinção. Quem não tem estrutura para lidar com essa nova realidade, desenvolvendo a inteligência emocional, é fatalmente levado a ações de violência verbal ou física.
Outro fator torna a mulher mais suscetível à pressão do meio: a desorganização do próprio organismo, com mudanças hormonais mais frequentes. O organismo feminino manteve um ritmo secular (ou milenar) que está sendo brutalmente modificado através de hábitos alimentares, posturais e emocionais. Tudo isso leva à uma patologia ainda controversa, a tal da bipolaridade, ou da mudança de humor em extremos. Ao invés de corrigir a causa, foca-se no controle da disfunção através de medicamentos psiquiátricos, o que não leva ao retorno da normalidade.
Não é possível falar sobre a fúria feminina sem observar uma grande realidade: nos últimos séculos, principalmente no seculo XX, a sociedade patriarcal transformou valores éticos em bagaço. De tal maneira que assistir passivamente a derrocada social e os abusos em detrimento do fator humano tornou-se insustentável. A mulher foi obrigada a assumir seu lado combativo.
Como será o futuro do temperamento feminino ainda não se sabe. Afinal a dúvida vale para o temperamento masculino, também alterado pelo novo ambiente. Mas a figura centrada, maternal e voltada para o equilíbrio familiar ainda é o ideal perseguido, seja no micro ou no macro, seja na família, seja na condução política da humanidade. Avaliar seriamente as alternativas e realizar opções não imediatistas, mas que tragam maior equilíbrio individual, parece ser uma emergência coletiva. É bem provável que dessa tempestade surja uma nova mulher, que não carregue o peso de dogmas do passado, mas que também se liberte da poluição perigosa do presente. (Mirna Monteiro)
leia também http://artemirna.blogspot.com.br/2012/03/o-desafio-de-ser-mulher.html
http://artemirna.blogspot.com.br/2010/05/mae-e-o-terceiro-milenio.html
http://artemirna.blogspot.com.br/2011/05/maes-diferentes.html
http://artemirna.blogspot.com.br/2012/05/afetividade-e-os-danos-da-omissao.html
Mulheres psicopatas sempre existiram na história humana. Há exemplos de sobra. Não há portanto novidade no fato de acontecimentos terríveis na atualidade ter também mulheres em sua autoria. Ainda que não haja consenso, estudos demonstram que o aumento da violência extrema entre mulheres é compatível com a maior incidência da violência em geral, facilitada por circunstâncias do momento, como a sensação de impunidade.
A novidade fica por conta das mulheres que não são psicopatas e que apesar de serem afetivas e inseridas socialmente recebem influências do meio que levam à mudanças radicais de comportamento. Como exemplo podemos citar o receio à maternidade, que deixa de ser um acontecimento puramente instintivo para se transformar em uma escolha complicada. Como criar filhos em uma sociedade de difícil sobrevivência, já saturada em seus espaços?
A violência que ocorre ocasionalmente,em momentos imprevisíveis, também é motivada pela pressão do meio, extremamente materialista e descartável, originando um estresse que atinge ambos os sexos, sem distinção. Quem não tem estrutura para lidar com essa nova realidade, desenvolvendo a inteligência emocional, é fatalmente levado a ações de violência verbal ou física.
Outro fator torna a mulher mais suscetível à pressão do meio: a desorganização do próprio organismo, com mudanças hormonais mais frequentes. O organismo feminino manteve um ritmo secular (ou milenar) que está sendo brutalmente modificado através de hábitos alimentares, posturais e emocionais. Tudo isso leva à uma patologia ainda controversa, a tal da bipolaridade, ou da mudança de humor em extremos. Ao invés de corrigir a causa, foca-se no controle da disfunção através de medicamentos psiquiátricos, o que não leva ao retorno da normalidade.
Não é possível falar sobre a fúria feminina sem observar uma grande realidade: nos últimos séculos, principalmente no seculo XX, a sociedade patriarcal transformou valores éticos em bagaço. De tal maneira que assistir passivamente a derrocada social e os abusos em detrimento do fator humano tornou-se insustentável. A mulher foi obrigada a assumir seu lado combativo.
Como será o futuro do temperamento feminino ainda não se sabe. Afinal a dúvida vale para o temperamento masculino, também alterado pelo novo ambiente. Mas a figura centrada, maternal e voltada para o equilíbrio familiar ainda é o ideal perseguido, seja no micro ou no macro, seja na família, seja na condução política da humanidade. Avaliar seriamente as alternativas e realizar opções não imediatistas, mas que tragam maior equilíbrio individual, parece ser uma emergência coletiva. É bem provável que dessa tempestade surja uma nova mulher, que não carregue o peso de dogmas do passado, mas que também se liberte da poluição perigosa do presente. (Mirna Monteiro)
leia também http://artemirna.blogspot.com.br/2012/03/o-desafio-de-ser-mulher.html
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http://artemirna.blogspot.com.br/2012/05/afetividade-e-os-danos-da-omissao.html
Oxalá, Mirna, que os seus desejos expressos na última frase se confirmem. Mas como você muito bem disse, a mulher se livrou de dogmas do passado. É que muitas vezes idealizamos o passado e o pintamos cor de rosa. Havia maior identificação com a maternidade. Mas também havia maior exploração e maior submissão. A relativa emancipação da mulher a expôs a uma nova vida e a reação mais violenta a que você se refere em parte deriva disso. Mais participante, em um mundo ainda machista, a mulher enfrenta novas adversidades.
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