Thursday, September 08, 2011

A INTOLERÂNCIA COMO AUTO-AGRESSÃO

Há pouco mais de um ano o mundo surpreendeu-se com a ação de Israel ao expulsar a pacifista Mairead Corrigan Maguire, premio Nobel da Paz, que trabalhava para ajudar os palestinos isolados na Faixa de Gaza. A ação não apenas espantou pessoas de todos os países, mas resumiu tudo aquilo que mais ameaça o mundo atual: a incapacidade de entender que o direito de soberania de um país caminha juntamente com  o direito do indivíduo e que não existe mais uma ação isolada que não repercuta política e economicamente com o restante do mundo.


Por isso temos leis internacionais, baseadas em direitos universais e insofismáveis. Questão de sobrevivência do planeta! Hoje a dependência entre os países impõe uma política integrada.
Maguire é uma pacifista. Como é possível exercer a intolerância sobre alguém que defende a paz? Isso nos lembra a repetição histórica de atos obscuros e intolerantes, que pretendiam diminuir o contato das pessoas com o mundo e o conhecimento. Giordano Bruno foi queimado vivo na Idade Média porque percebeu que o universo é infinito em transformação contínua, o que contrariava as verdades estabelecidas na época.

O próprio Sócrates, como relata Platão, foi condenado pelo poder político por opor-se às idéias dos dirigentes. Não concordava em cultuar personalidades ou divindades, porque não tinha cabimento o conhecimento ou o poder divino ser de posse de algum grupo, fosse político ou religioso! Deus e o conhecimento não poderiam ser privilégio de ninguém, pela própria condição de imanentes!
Pessoas não são produto e não podem ter proprietários. Portanto o indivíduo, esteja onde estiver, é livre, limitado pelo igual direito do semelhante. Não há cultura que possa anular essa condição. Israel dificultou o contato da ajuda humanitária e dos palestinos isolados na faixa de Gaza e essa é uma forma de autoritarismo sobre essa população. O fato de insistir em desafiar leis internacionais também é contrário à necessidade de equilibrar o meio e demonstrar na prática a intenção de inteirar-se ao mundo e respeitar a vida.
A crítica a mentalidade do " salve-se quem puder" e da pilhagem feita entre os destroços de guerras é uma determinante para o ambiente que teremos no futuro.
Como exemplo podemos citar o fato do mundo passar por grandes problemas - como a crise econômica que assola países europeus e os EUA, o que não justifica a tomada de ações que prejudiquem parte do globo.  Como negativas à adoção de medidas contentoras da poluição ambiental e outras ações que coloquem em risco a saúde do planeta. Essa é também uma forma de intolerância à realidade, pressupondo a possibilidade de sobreviver em qualquer circunstância. 
A intolerância é inimiga do convívio, renega o contato, a troca de informações para o desenvolvimento humano e é absolutamente isolante: separa da realidade aqueles que a exercem! E assim como nos tempos do obscurantismo, prejudicam o meio e atrasam a evolução da vida

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