Qualidades e defeitos, concepções e realidade. Ao tentar definir a mulher como um ser que foi modelado em uma mesma forma, erramos. Impossível definir a mulher.
Mais do que nunca, a mulher é um ser imprevisível e desconhecido. Nos velhos tempos a mulher era a geradora, a protetora, a "cola" que unia a família, que se equilibrava sob sua sensibilidade e força. Nos novos tempos essa mulher assumiu diferentes personalidades e objetivos, onde os critérios de importância se tornaram flutuantes e indefinidos.
Por isso quando tentamos esteriotipar a mulher de hoje, ficamos confusos. Para quem busca as qualidades que seriam inerentes ao feminino, há risco de encontrar fragmentos de alguma explosão, que precisam ser pacientemente analisados e reunidos como um quebra-cabeça.
Há mulheres absolutamente dispostas a encarar o mundo sem sequer considerar qualquer limitação do elemento feminino, de maneira radical. Mas temos também mulheres que preferem assumir as funções que seriam exclusivamente femininas, tradicionais. Mas há mais: entre esse e outro aspecto, encontramos variações imensas de comportamento. Por exemplo, há mulheres que trocaram a sensibilidade pela praticidade; a emotividade pela agressividade e egocentrismo, características antes consideradas masculinas; há também quem não queira de forma alguma ser mãe, enquanto mesmo aquela que não tem vocação para a maternidade traz ao mundo novas vidas apenas para livrar-se do risco da solidão, sem consciência da importância do cuidado e da dedicação a um filho.Como se vê, as mulheres hoje possuem modelo variado e características múltiplas. Não cabem em uma única definição, como insistimos em acreditar.
O que não quer dizer que a mulher hoje tenha menos qualidades do que a de ontem.
Por outro lado, generalizar o elemento feminino como perfeito em seu caráter, também não dá. Afinal temos aí nas estatísticas um aumento de mulheres marginais ou malvadas o suficiente para sufocar a própria prole e para causar indignadas lamentações sobre como o mundo se perde e se auto-destrói na confusão da perda de valores.
Está feita a confusão!
Se a mulher fragmentou-se em sua essência, o Dia da Mulher ficou confuso, politicamente incorreto, culturalmente exagerado, ainda que essa referência ajude a entender o imenso quebra-cabeça social e político que começou com naturalidade na sociedade primitiva, com sufocamento em conhecidas fases históricas e que hoje tenta enquadrar a mulher em moldes que tem tamanhos diferentes, mas são igualmente sufocantes.
Mulheres não são a base da vida por definição. Há mulheres que o são.
Há mulheres que cumprem com tranquilidade o seu papel natural, independente de serem um poço de informação, acumulando títulos universitários ou ignorando a profusão de acontecimentos que convulsionam a sociedade.
Há também mulheres heróicas, que defendem a vida, a paz, a união e o equilíbrio.
Há mulheres que não estão nem aí!
O que talvez valha a comemoração é o fato de que o feminino que gera e defende a vida ainda é maioria neste mundo cheio de conflitos. Seja qual for a atuação dessa mulher ou maneira como ela enfrenta o preconceito subliminar ou direto, ela age positivamente e ajuda a melhorar a vida, proporcionando esperança e ajudando a criar seres - homens e mulheres- conscientes para um futuro menos dramático.
Para estas pessoas o Dia da Mulher deve ser realmente comemorado. Porque não é moleza. Parabéns a você! ( Mirna Monteiro)
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A obra Conversão de São Paulo é considerada uma revolução na iconografia religiosa. O cavalo é uma força e se ressalta na imagem. Não se vê o santo? Ora, São Paulo, o homem, caiu ao chão ofuscado pela visão de Jesus, na estrada de Damasco. A iluminação é belíssima, parece brotar do foco de luz vindo de cima, banhar o ventre do cavalo e inundar de claridade o rosto do santo. Colocando o centro do afresco no chão, Caravaggio salienta a insignificância do homem perante a divindade.
Bacchus: retratado com feições femininas e delicado em sua postura, sugerindo a masculinidade mesclada ao feminino. Um Baco hermafrodita que irritou a aristocracia da época. Aparenta claramente um desafio à questão do poder, que em ambiente ébrio manifestava a versão feminina e frágil do homem.





