A mentira, a intriga e a dissimulação que tantas desgraças causaram à humanidade, são tão danosas quanto a omissão. Se alguém está pedindo socorro e fingimos que nada temos com isso, incorremos em falta grave.
Do ponto de vista ético, participar da vida equivale a valorizar o semelhante como si próprio, já que dependemos da comunidade para garantir a sobrevivência. Portanto quem é hermético ao sofrimento alheio contraria a natureza da auto-preservação, a não ser que esteja sob ameaça, onde admite-se que valores éticos são atropelados pela natural luta pela vida em caso de confronto.
Há várias formas de omissão, além da que nega auxílio a alguém. A imprensa por exemplo pode omitir determinados detalhes de um fato por engano ou malícia e com isso passar a idéia errada dos verdadeiros acontecimentos. Uma simples fofoca que omite um aspecto pode mudar a história. De forma injusta, mas eficiente.
Como se disse, a omissão esbarra em questões éticas. Suponhamos que uma pessoa seja perseguida injustamente e outras omitem seu paradeiro! Seria essa uma omissão ética? Poderíamos omitir a existência de um calo no pé ou de algo pessoal sem que isso ocasionasse qualquer transtorno. Schopenhauer diferenciava a mera omissão ou mentira de qualquer outra ação que não provocasse dano a alguém ou a qualquer coisa. Portanto a omissão diante de uma ação que obriga a cometer uma injustiça justifica-se como obrigação ética. Omitir o tal calo no pé, portanto, não seria da conta do nariz alheio!
Digamos que um médico decida omitir o diagnóstico fatal de um paciente terminal que demonstra pavor da morte. Seria um ato piedoso omitir ou mentir? Essa sutil diferença entre a omissão- ou a mentira não pronunciada, exige capacidade de diferenciar e de prever desdobramentos do bem e o mal. Não é algo tão fácil. Kant lembrava a responsabilidade da mentira ou da omissão da verdade. Todos os desdobramentos do acontecimento seriam portanto de quem cometeu a omissão, como se uma mão desviasse a linha do destino.
Assim assumir a responsabilidade por uma omissão, decorra dela um ato justo ou injusto, é assumir-se responsavel também pelo que suceder. Simplificando parece bem algo como " se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" .
O que se percebe, no entanto, é uma tendência a se isolar e fugir. Quando as coisas vão mal, as pessoas lamentam e erguem muros, mantendo-se sobre eles enquanto aguardam que alguém ou alguma coisa transforme o caos em ordem.
É uma atitude comodista.
Ao longo da história a omissão esteve presente mais por ignorância dos fatos do que por fuga da realidade. O preço pago por essa atitude sempre foi alto, de grandes sofrimentos.
Hoje vivemos em um momento onde a comunicação é farta e o conhecimento dos fatos muito mais real e possivel. Permitir que alguns se transformem em mártires enquanto a maioria se omite de fatos óbvios - digamos em relação ao aumento da criminalidade e violência - é uma situação antiética e perniciosa para o futuro.
É uma atitude comodista.
Ao longo da história a omissão esteve presente mais por ignorância dos fatos do que por fuga da realidade. O preço pago por essa atitude sempre foi alto, de grandes sofrimentos.
Hoje vivemos em um momento onde a comunicação é farta e o conhecimento dos fatos muito mais real e possivel. Permitir que alguns se transformem em mártires enquanto a maioria se omite de fatos óbvios - digamos em relação ao aumento da criminalidade e violência - é uma situação antiética e perniciosa para o futuro.
Não há como preservar a própria integridade física escondendo-se atrás de muros. A violência rompe as barreiras físicas. A única maneira de obter segurança é reconhecendo a responsabilidade de todos em auxiliar os mecanismos existentes para manter a sociedade preservada.
Nesse caso, já que fugir não vai evitar desdobramentos do mal causado por uma omissão, melhor ficar com a ética e a justiça. Já dizia Aristóteles que a disposição de caráter torna as pessoas propensas a fazer o que é justo, desejando e agindo nesse sentido.
No entanto nem todos desejam a ética e o bom senso. Surpreende a quantidade de pessoas que não consegue disntinguir o certo do errado, ou pelo menos entender quais fatores vão piorar a sua vida e quais caminham no sentido de uma melhora.
O caráter humano é fugidio e pode surpreender. Para uma minoria, o que vale são ambições pessoais e aquisições imediatas, mesmo que isso represente possível perda coletiva, que vai atingir e prejudicar sua própria ambição. O homem não é só razão, mas também um sujeito cheio de desejos e inclinações que podem agir contra o que determina a sua própria razão, já dizia Kant.
Não confiar no que se ouve ou se lê é hoje um principio de sobrevivência. O discurso de um politico é apenas isso: um discurso. Ele apenas poderá ser interpretado como correto ou enganoso se avaliarmos as ações em torno dele: quem faz esse discurso? O que faz e como age quem faz o discurso? O que pretende quem publica alguma afirmação?
Aqui mesmo, neste texto, qual é a intenção destas afirmações? Qual a intenção da afirmação de meios de comunicação de grande porte, chamados de "a grande mídia", quando atacam uma personagem e defendem outra?
Será que devo confiar em informações geradas por grandes revistas ou tv? Por que? Onde devo entender que a informação é ética e correta?
O que está por trás das grandes denúncias, onde está a verdade, e onde está a nossa responsabilidade diante de toda a manipulação gerada nos momentos de decisão que favorecem interesses diferentes?
É um momento trabalhoso, evitar que a manipulação se sobreponha a realidade. Mas é a diferença entre omitir-se, ser enganado, ou exercer o domínio sobre os verdadeiros fatos!
No entanto nem todos desejam a ética e o bom senso. Surpreende a quantidade de pessoas que não consegue disntinguir o certo do errado, ou pelo menos entender quais fatores vão piorar a sua vida e quais caminham no sentido de uma melhora.
O caráter humano é fugidio e pode surpreender. Para uma minoria, o que vale são ambições pessoais e aquisições imediatas, mesmo que isso represente possível perda coletiva, que vai atingir e prejudicar sua própria ambição. O homem não é só razão, mas também um sujeito cheio de desejos e inclinações que podem agir contra o que determina a sua própria razão, já dizia Kant.
Não confiar no que se ouve ou se lê é hoje um principio de sobrevivência. O discurso de um politico é apenas isso: um discurso. Ele apenas poderá ser interpretado como correto ou enganoso se avaliarmos as ações em torno dele: quem faz esse discurso? O que faz e como age quem faz o discurso? O que pretende quem publica alguma afirmação?
Aqui mesmo, neste texto, qual é a intenção destas afirmações? Qual a intenção da afirmação de meios de comunicação de grande porte, chamados de "a grande mídia", quando atacam uma personagem e defendem outra?
Será que devo confiar em informações geradas por grandes revistas ou tv? Por que? Onde devo entender que a informação é ética e correta?
O que está por trás das grandes denúncias, onde está a verdade, e onde está a nossa responsabilidade diante de toda a manipulação gerada nos momentos de decisão que favorecem interesses diferentes?
É um momento trabalhoso, evitar que a manipulação se sobreponha a realidade. Mas é a diferença entre omitir-se, ser enganado, ou exercer o domínio sobre os verdadeiros fatos!