Friday, October 24, 2014

A RESPEITO DE OMITIR-SE OU SER ENGANADO

A humanidade sofre de muitos males e um deles é a omissão. Qual a diferença entre mentir, dizer a verdade ou omitir-se? Diferenças enormes. Os rumos da história são mudados para melhor ou pior, em dependência dessas três formas de agir. O homem tem livre arbítrio. É criador do seu próprio destino. Bem ou mal não são circunstanciais, provém de atitudes.
A mentira, a intriga e a dissimulação que tantas desgraças causaram à humanidade, são tão danosas quanto a omissão. Se alguém está pedindo socorro e fingimos que nada temos com isso, incorremos  em falta grave.
Do ponto de vista ético, participar da vida equivale a valorizar o semelhante como  si próprio, já que dependemos da comunidade para garantir a sobrevivência. Portanto quem é hermético ao sofrimento alheio contraria a natureza da auto-preservação, a não ser que esteja sob ameaça, onde admite-se que valores éticos são atropelados pela natural luta pela vida em caso de confronto.
Há várias formas de omissão, além da que nega auxílio a alguém. A imprensa por exemplo pode omitir determinados detalhes de um fato por engano ou malícia e com isso passar a idéia errada dos verdadeiros acontecimentos. Uma simples fofoca que omite um aspecto pode mudar a história. De forma injusta, mas eficiente.
Como se disse, a omissão esbarra em questões éticas. Suponhamos que uma pessoa seja perseguida injustamente e outras omitem seu paradeiro! Seria essa uma omissão ética? Poderíamos omitir a existência de um calo no pé ou de algo pessoal sem que isso ocasionasse qualquer transtorno. Schopenhauer diferenciava a mera omissão ou mentira  de qualquer outra ação que não provocasse dano a alguém ou a qualquer coisa. Portanto a omissão diante de uma ação que obriga a cometer uma injustiça justifica-se como obrigação ética. Omitir o tal calo no pé, portanto, não seria da conta do nariz alheio!
Digamos que um médico decida omitir o diagnóstico fatal de um paciente terminal que demonstra pavor da morte. Seria um ato piedoso omitir ou mentir? Essa sutil diferença entre a omissão- ou a mentira não pronunciada, exige capacidade de diferenciar e de prever desdobramentos do bem e o mal. Não é algo tão fácil. Kant lembrava a responsabilidade da mentira ou da omissão da verdade. Todos os desdobramentos do acontecimento seriam portanto de quem cometeu a omissão, como se uma mão desviasse a linha do destino.
Assim assumir a responsabilidade por uma omissão, decorra dela um ato justo ou injusto, é assumir-se responsavel também pelo que suceder. Simplificando parece bem algo como " se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" . 
O que se percebe, no entanto, é uma tendência a se isolar e fugir. Quando as coisas vão mal, as pessoas lamentam e erguem muros, mantendo-se sobre eles enquanto aguardam que alguém ou alguma coisa transforme o caos em ordem.
É uma atitude comodista.
Ao longo da história a omissão esteve presente mais por ignorância dos fatos do que por fuga da realidade. O preço pago por essa atitude sempre foi alto, de grandes sofrimentos.
Hoje vivemos em um momento onde a comunicação é farta e o conhecimento dos fatos muito mais real e possivel. Permitir que alguns se transformem em mártires enquanto a maioria se omite de fatos óbvios - digamos em relação ao aumento da criminalidade e violência - é uma situação antiética e perniciosa para o futuro. 
Não há como preservar a própria integridade física escondendo-se atrás de muros. A violência rompe as barreiras físicas. A única maneira de obter segurança é reconhecendo a responsabilidade de todos em auxiliar os mecanismos existentes para manter a sociedade preservada. 
Nesse caso, já que fugir não vai evitar desdobramentos do mal causado por uma omissão, melhor ficar com a ética e a justiça. Já dizia Aristóteles que a disposição de caráter torna as pessoas propensas a fazer o que é justo, desejando e agindo nesse sentido.
No entanto nem todos desejam a ética e o bom senso. Surpreende a quantidade de pessoas que não consegue disntinguir o certo do errado, ou pelo menos entender quais fatores vão piorar a sua vida e quais caminham no sentido de uma melhora.
O caráter humano é fugidio e pode surpreender. Para uma minoria, o que vale são ambições pessoais e aquisições imediatas, mesmo que isso represente possível perda coletiva, que vai atingir e prejudicar sua própria ambição. O homem não é só razão, mas também um sujeito cheio de desejos e inclinações que podem agir contra o que determina a sua própria razão, já dizia Kant.
Não confiar no que se ouve ou se lê é hoje um principio de sobrevivência. O discurso de um politico é apenas isso: um discurso. Ele apenas poderá ser interpretado como correto ou enganoso se avaliarmos as ações em torno dele: quem faz esse discurso? O que faz e como age quem faz o discurso? O que pretende quem publica alguma  afirmação?
Aqui mesmo, neste texto, qual é a intenção destas afirmações? Qual a intenção da afirmação de meios de comunicação de grande porte, chamados de "a grande mídia", quando atacam uma personagem e defendem outra?
Será que devo confiar em informações geradas por grandes revistas ou tv? Por que? Onde devo entender que a informação é ética e correta?
O que está por trás das grandes denúncias, onde está a verdade, e onde está a nossa responsabilidade diante de toda a manipulação gerada nos momentos de decisão que favorecem interesses diferentes?
É um momento trabalhoso, evitar que a manipulação se sobreponha a realidade.  Mas é a diferença entre omitir-se, ser enganado, ou exercer o domínio sobre os verdadeiros fatos!


Saturday, October 18, 2014

QUEM CONSEGUE PENSAR?

Se você é bombardeado de imagens e mensagens prontas, consegue estabelecer o limite entre a realidade e a imposição das ideias fabricadas fora de seu espaço mental?
Há literatura de sobra a esse respeito. Todas com receitas para que o bombardeio de propagandas e mensagens subliminares não transforme você em um robô pautado por outras cabeças e intenções.
O que dizem?
Cuidado com a divagação da mente...o que quer dizer que qualquer distração sua, envolvido por imagens ou gestos, pode ser decisiva para que sua mente abra espaço inconsciente para apelações do marketing ou sorrateiras ilusões gráficas que são chamadas de mensagens subliminares. São desenhos, simbolos ou palavas, programadas para aparecerem em fração de segundos, quando sua atenção está voltada para a imagem principal.
Neste caso, você não percebe o que aconteceu de maneira clara, mas seu inconsciente capta a mensagem e a guarda na memória.
Por exemplo, você, que nunca gostou de determinado produto ou situação, começa a considerar de outra forma sua opinião. É o seu espaço inconsciente, que foi sugestionado e dominado pela mensagem, de maneira subliminar e eficiente.
Fizeram isso com a coca-cola nas telas dos cinemas nos anos 50. Todo mundo passou a desejar a coca-cola quando assistia filmes. Ninguém se perguntou na época o que atiçava esse desejo.
Apesar de pouco ética, a mensagem subliminar é usada de maneira abusiva nos dias de hoje. Funcional, ela divide seu espaço de dominio do inconsciente com a técnica da repetição, ou seja, a mesma ideia ou o mesmo produto são repetidos centenas de vezes, até conseguir entrar definitivamente na sua mente.
É aquela história. Quando você menos espera, começa a repetir ideias que podem até ser repulsivas ou idiotas para o seu padrão, mas que de alguma forma ganharam espaço em seu pensamento.
Da mesma forma que sente impulsos para comer hamburgeres que detesta ou cantorolar musiquinhas que nada tem a ver com suas preferência musical.
Alguns alertas são aterrorizantes. Certamente exagerados. Dizem que da mesma forma que esse tipo de controle mental através de imagens de filmes, novelas, desenhos infantis, etc, pode fazer alguém tomar refrigerante ou comer babatatinhas, também podem influenciar o seu humor, incentivando violência ou o estresse. Talvez você esteja com raiva do mundo e não saiba porque...
Foi tudo absorvido pela sua mente, sem perceber.
De qualquer maneira, subtraindo-se os exageros, a mensagem subliminar de fato existe é é reconhecida cientificamente, comprovada em seus efeitos no inconsciente humano.
Esse tipo de escravidão das ideias pode ser evitado?
 O que poderia evitar tantos estragos que entram em conflito em sua mente, seria justamente fazer com que ela trabalhe mais.
Muita leitura, jogos de raciocínio, busca de fontes variadas de informação, atenção constante a tudom que se passa dentro e fora desse processo mental.  E também o trabalho de higienização mental, como a prática de exercicios, algum esporte, contato com a natureza.
O que leva a dedução óbvia de que quanto mais tempo individuo passa isolado, tendo contato com filmes, propagandas, desenhos, etc, maiores são os riscos de influência da propaganda e de mensagens subliminares, comerciais ou políticas.
Será que aquilo que você fala ou a maneira como age é fruto de seu próprio raciocínio...ou de propagandas?