"Perdida em seus pensamentos, a pessoa parece escutar a voz de suas entranhas"...Mais do que simples metáfora, essa frase pode ser interpretada literalmente. Depois de descobrir que os impulsos elétricos do cérebro podem movimentar matéria - o que levou à inspiração da "prótese inteligente", a ciência agora admite a possibilidade de reconstruir palavras a partir da captação das ondas cerebrais da pessoa.
A descoberta está criando celeuma. Assim como na ficção, isso parece ser o "golpe final" na privacidade dos seres. "Podem me tirar a liberdade física, mas aquilo que sei e penso pertence apenas a mim"!...Quantas vezes não encontramos afirmações semelhantes em romances, filmes e, evidentemente, na vida real?
Invadir a mente humana, não simplesmente para bloquear ou inutilizar a capacidade mental, como em uma lobotomia ou através de drogas, mas justamente extraindo de dentro dela o pensamento, já foi a base de muita ficção. A possibilidade soa como uma ameaça. Esconder aquilo que se é e realmente se pensa integra a mais primitiva capacidade humana de se defender e garantir a sobrevivência.
A discrição da mente permitiu ao homem criar táticas de caça, de combate e auto-defesa. É a "voz interior", que alerta, comanda e traduz a intuição, o raciocínio, os "arquivos" dos acontecimentos que são acessados de maneira tão instantânea que não nos apercebemos disso.
O que aconteceria a um mundo onde a mente deixa de ser privada?
Claro que a ciência argumenta que a "invasão" é para o bem. Por exemplo, no caso de pessoas que perderam a capacidade de movimentos de algum membro, como pernas, braços e mãos, ou daquelas que se encontram em estado de coma. A implantação de chips que provocam estímulos elétricos no cérebro pode fazer com que uma pessoa comande com o pensamento a tela de um computador, um braço mecânico, ou outras próteses. Em coma profundo, a tradução do pensamento em forma de palavras ou de uma espécie de "filme". Sim, exatamente como na ficção!
Nesse ponto, paramos para respirar. E pensar (ainda sem eletrodos) se realmente é possível existir no universo qualquer ocorrência isolada. Digamos que, se a ciência pode captar impulsos elétricos do cérebro animal e transforma-los em palavras ou imagens, certamente esse é um processo que já ocorre na natureza. Ou seja, reforçamos a ideia de duas realidades em uma cajadada só: a de que a comunicação entre os seres na natureza não se faz unicamente de maneira material (dentro da nossa percepção de materialidade), determinando a obviedade da mecânica quântica, onde tudo que existe dentro e fora dos seres tem a mesma construção, "tijolinhos" de quantum, aglomerados ou dispersos, que tanto podem compor uma galáxia, um corpo humano ou o pensamento...
O que dizem nossos "quantuns"? Ou o que diz sua intuição? Ou ainda, quais são seus pensamentos a respeito?...Sem necessidade de chips! (Mirna Monteiro)
Sempre intui assim mesmo sem definir o que aqui leio. E leio de bom grado
ReplyDeleteImpressiona constatar que a realidade pode ser muito diferente daquilo que concebemos.
ReplyDeleteEntendo que isso explica a intuição ou aquela sensação de saber que algo esta acontecendo ou pensar em alguém no momento que essa pessoa pensa na gente!!!!
ReplyDelete