Os números são alarmantes: cada vez mais mulheres são assassinadas. Não apenas no Brasil. A violência contra a mulher cresceu em vários paises do mundo. Afinal, o que está acontecendo?
Nas discussões uma das causas apontadas é a mudança da ação da mulher no meio social, não assimilada pelo homem. A opinião é baseada em um dado da ONU (Organização das Nações Unidas) que afirma que em 70% dos casos de mulheres assassinadas no mundo todo o autor é o próprio companheiro.
Parece ser esta a realidade! Nos últimos anos as agressões à mulheres feitas pelos companheiros ou por ex-namorados ou ex-conjuges cresceu assustadoramente. O Brasil lidera essa estatística absurda.
Podemos considerar a grande incidência de assassinatos em El Salvador, por exemplo, ou em paises como o Irã e a Nigéria, onde a repressão é tão grande que o adultério leva a morte por apedrejamento. No Paquistão, o estupro coletivo continua sendo uma das formas de punição de mulheres consideradas desonradas, entre os grupos mais radicais. Em muitos paises africanos além do risco de assassinato, a mulher encara outras formas de violência, como a mutilação. Calcula-se que ao ano três milhões de mulheres perdem parte de seu corpo - o clítoris - em um ritual que persiste na tentativa de torna-las um mero instrumento passivo de prazer e procriação.
Mas e o Brasil, onde a cultura é multifacetada e a liberdade é amplamente discutida?
Bem, por aqui as coisas seguem confusas.Mulher ganha menos do que o homem no exercício da mesma função profissional, salvo honrosas exceções. Calcula-se que 25% das mulheres sofre algum tipo de violência. Quanto mais pobre, mais sujeita está à opressão contínua. O interessante é que as mulheres espancadas sustentam a família. As mulheres trabalham muito mais horas do que os homens no ambiente doméstico, mesmo quando elas cumprem jornadas de 40 horas ou mais fora de casa.
Ou seja, trabalham, cuidam da casa, sustentam a família e ainda apanham do companheiro.
A maioria considera que os filhos e a família vem em primeiro lugar, sendo mais importantes do que ela própria. A mulher em geral sofre calada. Ou morre! A maioria dos assassinatos é feita com arma de fogo, mas como podemos acompanhar nos casos escabrosos, facas ou simplesmente espancamento também terminam com a vida das mulheres.
Nesse caso nem mesmo quando pertence a classes socio-econômicas mais altas, a mulher fica imune. As agressões não respeitam idade ou classe social. A diferença está no fato de que mulheres que exercem profissões bem remuneradas tem maior chance de afastar-se de situações de agressão.
O aumento da violência contra a mulher preocupa o mundo pelo seguinte: é uma espécie de termômetro social. Embora a mulher tenha enfrentado a repressão e a violência por toda história da civilização, a sobrevivência da sociedade depende de seu equilíbrio no gerenciamento da família.
O alto índice de violencia contra a mulher demonstra que a sociedade está perdendo suas rédeas e caminhando perigosamente para o caos social, onde o desrespeito à vida torna-se insuportável.
Não se trata de uma questão de violência centralizada ou direcionada, mas de uma completa ausência de limites. E isso é uma verdadeira ameaça à sobrevivência humana.(Mirna Monteiro)
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