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Thursday, December 21, 2006
FILOSOFIA DO NATAL
Por mais que se critique a tradição do Natal, acusando a data de estar cada dia mais superficial e voltada para o consumo, não há como negar que o final de ano ainda possui um encanto e oferece uma oportunidade rara das pessoas repensarem suas relações familiares e sociais. Em qual outra ocasião o amor fraternal, desvinculado de interesses pessoais, é o tema principal? Amor e Natal!
Para começo de conversa o amor é um sentimento que deve ser absolutamente livre de interesses
Para ser assim interpretado, deve estar desvinculado da ansiedade de recompensa, seja ela em forma de atenção, seja em forma de sentimento igual, seja materialmente.
Isso nos leva a pensar que quando amamos as pessoas, deveríamos simplesmente nos ater ao prazer desse sentimento - o amar, o apreciar, o deleitar-se com o fato de determinadas pessoas existirem.
Isso é possível, felizmente, mesmo em um mundo onde os nossos semelhantes parecem cada vez mais figuras de ficção, como nos filmes.Depende talvez de um exercício de contemplação!
Assim torna-se fácil sentir pela natureza, pelo universo e também pelas pessoas que vivem em nosso mundo um sentimento de afeto, uma inteiração e unidade. O que trocando em miúdos, é amor!
Tudo bem? Anda soterrado em trabalho neste fim de ano? Não há tempo para sequer pensar em contemplação do próprio nariz?
Tornamos determinadas datas tão conturbadas, a ponto de perder o rumo. Final de um ano e começo de outro tem essa característica terrível, de extremos, um deles repleto de simbolismos positivos.
Não é difícil sentir pela natureza, pelo universo e também pelas pessoas que vivem em nosso mundo um sentimento de afeto, uma inteiração e unidade. É preciso fechar os olhos para o mundo imediato e conturbado para poder descobrir esse universo de sentimentos e luz.
Há quem defenda que o amor é questão de atitude, pois permitir-se um sentimento e deixar a alma divagar em seus cantos e recantos transforma a sua abstração em um elemento real na emoção do indivíduo.
No entanto sabemos que aquele que se permite ao sentimento e o conscientiza, acalma as próprias ansiedades existenciais. Ou seja, o amor traz maior benefício a quem ama, do que propriamente ao objeto desse amor, que certamente se beneficiará dele também em várias outras instâncias de emoção ou realidade prática.
Ora, assim sendo, o verdadeiro afeto não cobra retorno, pois já se constitui um benefício emocional. Quando eu me permito amar, eu me sinto melhor, meus humores agradecem e meu fígado também! Somos animais interativos, corpo e alma! Nosso cérebro se encarrega de transferir nossos benefícios emocionais para nosso mecanismo físico.
No amor incondicional e universal não há uma cobrança da afetividade e portanto não há risco da frustração. Amar as pessoas incondicionalmente, em termos universais e manter a sensação de unidade (somos todos integrantes de um mesmo universo) é indubitavelmente positivo para o bem estar pessoal e social e certamente para o futuro da espécie humana.
Permitir-se o sentimento a pessoas próximas a nós de maneira desprendida pode ser também benéfico para nosso equilibrio emocional e nossa saúde fisica. Diferente do amor-paixão que exige mais do que um grande domínio dos instintos, preocupado em evitar a frustração do não retorno deste amor.
Vivenciamos sentimentos diferentes, variáveis. Não existe apenas um tipo de afeição, um tipo de amor ou um único tipo de dependência afetiva. Amores e amores, sentimentos e sentimentos, interesses "X" ou "Y"....não há uniformidade possível nas questões emocionais. Não há como nivelar. O que importa é vivenciar bons sentimentos.
Mas nesta época é possível entender melhor o sentimento humano e a necessidade de interação e unidade com o seu mundo físico e espiritual. Comercial ou não, religioso ou absolutamente ateu, a verdade é que o Natal é realmente um momento muito especial, que se torna cada vez mais precioso!
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O natal é uma epoca em que temos oportunidade de usar mais a emoção do que a razão e não ter medo dos sentimentos.Adorei este texto,parabéns
ReplyDeleteMesmo revestido da simbologia cristã, a idéia do Natal é solidariedade e isso não se limita apenas aos cristãos. O fato dessa solidariedade se manifestar através de rituais consumistas também deve ser visto com benevolência, pois o sistema capitalista ainda é o motor de nossa economia, apesar de suas falhas.
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