Thursday, March 06, 2025

Fim do mundo

Mirna Monteiro 

Em todos os lugares, nas conversas ao vivo ou bombando nas redes, o principal tema tem sido o receio de que este mundo esteja prestes a virar pozinho. O apocalipse está batendo às portas deste planeta, dizem por aí. 





Argumentos não faltam: interpretação de registros bíblicos e de outras escrituras consideradas sagradas, das ameaças ao meio ambiente e mudanças climáticas, do envenenamento do ar, dos alimentos que o Agro produz, de vírus poderosos em organismo humano cada vez mais debilitado pelo sistema de vida, da ameaça da fome, do uso da IA ou inteligência artificial para controle da sociedade e de chips que substituiriam as tatuagens numeradas que o nazismo marcava no braço de prisioneiros que faziam fila para os crematórios no holocausto. 

E tem mais: com figuras estranhamente ditadoras, como Trump e Musk, comandando política de um país com histórico de imperialismo, pressionando outras grandes potências  mundiais, como a China, Rússia, Coreia e Arábia, e outros países europeus e latinos, o receio é uma terceira guerra mundial, bombástica e destruidora, porque ninguém pode prever até que ponto uma tecnologia de guerra tão poderosa vai passar de chantagem econômica para ataques reais e, como se diz, fazer a raça humana ser extinta ou virar poeira!



E agora?

Uma coisa é certa: mesmo que a tecnologia nuclear esteja de prontidão, nem mesmo ditadores arriscariam chegar a esse ponto. Afinal,  psicopatas preferem matar e destruir, mas não suicidar-se...

O maior risco, portanto, talvez nem esteja no poder de ogivas nucleares, mas na lenta destruição da humanidade. Nos agrotóxicos presentes na agricultura e nas carnes, no circulo vicioso dessa agressão nos medicamentos criados pelos laboratórios presentes nos protocolos de uma medicina fria e calculista, em vírus cultivados não para proteger a imunidade, mas para arrasar em epidemias em centros urbanos saturados.

Nos bombardeios químicos que mudam o clima e que vaporizam áreas urbanas causando maior fragilidade no organismo humano.

Na tecnologia dos aparelhos celulares, na radiação, nas ondas de frequência que desorganizam a capacidade do cérebro em distinguir o que é real ou imaginário, no olho grudado em telas que afetam a cognição e criam robozinhos humanos...que certamente não serão páreo para a danadinha da inteligência artificial. 


Já conversou seriamente com o ChatGPT?

É claro que a IA tem seus limites nos seus tipos, mas a  IA autoconsciente preocupa  o mundo. Depois, com a humanidade perdendo capacidades múltiplas  da sua inteligência, fica fácil para a IA dominar .

E então?      















Monday, January 27, 2025

O medo de conviver

 Mirna Monteiro


Sentir medo até certo ponto é natural. Se não tivéssemos a percepção do perigo não poderíamos preservar a vida.

Se estivermos em uma situação de risco ou que simula um risco - como uma montanha-russa por exemplo- sabemos que o mecanismo físico do receio vai fazer com que nosso cérebro provoque uma descarga poderosa de adrenalina para aliviar o corpo desse estresse momentâneo...
Até aí, tudo bem. No entanto quando passamos a sentir medo de situações ou momentos que não conseguimos definir ou racionalizar, nossa capacidade de defesa pode ficar comprometida. Seria o medo irracional, lesivo à sociedade,  pois dá origem a distorções que retornam como as ondas em uma praia. Não se trata de estados alterados, originados por alguma patologia, como a violência psicopata, mas de omissões imiscuídas no nosso dia a dia, de maneira quase imperceptível. É o medo de manifestar uma opinião, de expressar-se, de reclamar, de exigir direitos que são importantes para a manutenção da vida! É a necessidade de recolher-se, encolhendo-se e até mesmo anulando-se, vaporizando-se. O que acontece?
O problema do medo exagerado é o isolamento gradual da realidade, a ponto de atrapalhar o próprio senso de preservação. Um tipo de sensação negativa que vai além do receio de situações de risco, do ataque de um animal ou da agressão de um semelhante.
Há medo evidente de participar da vida e interagir com o meio. Ou seja, perde-se o "ponto" que justifica nossa própria existência.
Elimina-se assim, infelizmente, a nossa capacidade de vivenciar e sentir o prazer do contato humano, já que qualquer um, em qualquer circunstância, representa uma ameaça.
Atuar torna-se um risco e as pessoas evitam até mesmo opinar e exigir respeito às mais elementares regras de convivência.
"Imagine se vou reclamar em um restaurante...vão cuspir no próximo prato"..."Não se pode criticar o site de relacionamento, vai que acabe "sumindo" todos os meus dados e amigos"..."Como vou reclamar de diferenças no preço?...Vão pensar que estou contando meus trocados"...
Pior quando o medo se esconde atrás de uma capa de indiferença. "Eu não vou reclamar porque não adianta mesmo". Ou pelo receio da crítica, de ser alvo das atenções ou de ter de manter um compromisso com a situação após o episódio.
Quem age assim antecipa por conta própria a situação de risco. O funcionário que "cospe no prato" de um cliente que reclamou algum direito está lá, existe, ou foi criado? Como se pode viver partindo do pressuposto de que todas as pessoas que preparam ou servem os pratos cometem um ato assim, que é criminoso, apesar de servir de piadas!
Críticas e reclamações e a inconformação com  situações artificiais e ameaçadoras podem ser extremamente positivas para melhorar serviços e garantir o cumprimento de leis e da cidadania. A sociedade precisa aprender a ouvir e realizar críticas que possuem fundamento.
Como vivemos em um mundo de extremos, convém lembrar que reclamar sem motivo é tão ruim quanto a omissão. Para saber se exercitamos um direito saudável é só avaliar a situação naquele momento: é um tipo de distorção que pode afetar o conjunto social?
Também devemos lembrar que "o outro" nem sempre é o vilão da história. E verificar se nossa tentação de omitir-se a exercer a cidadania de maneira equilibrada, sem agressão, mas com firmeza, não está partindo de uma insegurança excessiva, ou da necessidade de aprovação constante, por recear criticas!
Atitudes de rejeição e agressividade também são uma demonstração de medo e ansiedade de autopreservar-se e não de princípios...
Há exemplos mais dramáticos do que uma cuspida. O risco que passamos quando nosso semelhante temeroso e confuso tem uma arma na mão ou dirige um veículo que se transforma em uma máquina de destruição. Não basta olhar para os dois sentido ao atravessar uma via, já que um bêbado não distingue o asfalto da avenida daquela calçada cheia de pedestres. Tampouco o segurança da agência bancária ou do shopping pode ser confiável, já que um descontrole súbito pode disparar uma arma, que por sua vez pode ir parar nas mãos de uma criança que a leva para a escola com a finalidade de impressionar os coleguinhas ou confundir a ficção com a realidade.
Politicamente temos de assumir uma atitude de equilíbrio. Visceralmente dependemos do controle de nossos instintos primários para respirar no ambiente social. Vivemos em comunidade e partilhamos esse meio. É onde encontramos a sobrevivência. Dizer que se vive só é irreal. Apenas viveríamos sós se fossemos isolados em uma ilha feita de rocha. Não há sobrevivência na vivência estéril. É preciso reconhecer o valor do meio social e contribuir para que haja maior garantia de convivência pacífica. (M M)

Saturday, January 25, 2025

Medo de viver!



Criminalidade, malucos no poder provocando genocídios, confusão humana diante do poder da inteligência artificial, terras sendo incendiadas e inundadas, a natureza provocando um novo ciclo perigoso ... o que mais?

A tensão e o medo parecem um rastilho de pólvora: se espalham em uma velocidade impressionante sobre as pessoas, no mundo todo. Quem não ouve de pessoas conhecidas ou nas redes sociais o  medo espremendo a vida?

"Ontem eu quase morri de medo com a chuva em São Paulo. Parecia que o céu ia cair, parecia o fim do mundo!" Outro desabafo: "Caraca, eu só vejo desgraça, acho que não chego aos 40 anos!". Ou talvez você tenha ouvido algo assim: "Não tenho vontade de sair de casa e quando faço isso parece que estou enfrentando perigo o tempo todo"...ou "acordo todo dia de madrugada, tenso, muito angustiado. No dia seguinte estou um caco, não trabalho direito porque minha mente não ajuda".

E você, qual a intensidade de seu medo de viver ou em viver? 

Esse estado de tensão foi aumentando nas últimas décadas. Talvez seja proposital. Pessoas apavoradas não pensam sobre a origem dos problemas, ficam fixadas na superfície, em desespero, como alguém em algum oceano que tenta manter-se à tona sem saber nadar. 

Isso não resolve nada. Apenas enchem os consultórios de psiquiatras e terapeutas, seguindo protocolos que usam drogas que amortecem o medo de viver, mas não resolve as ameaças do sistema ou da natureza.

É bom abrir os olhos para a realidade!

Thursday, January 16, 2025

O PODER QUE FRAGILIZA VOCÊ

Devemos pensar sobre o que vem acontecendo com a perda do senso de comunidade. A partir da célula familiar, que se desgasta, até a vida comunitária que é  cada vez mais rara no contato físico, vivemos outra condição perigosa: a perda da identidade e o poder de gerenciar a própria vida.
 Isso equivale a entregar todas as decisões da vida pessoal ou comunitária, até global, a um sistema que é identificado como beneficiador, mas que na verdade vai minando a percepção do futuro. 

Hoje fala-se muito no sionismo. Principalmente depois da violência de Israel sobre a Palestina, com aval e armas dos EUA. O que acontece com o mundo que reage em câmera lenta aos apelos da população de Gaza.

A estratégia sionista é desqualificar o adversário ou aquele que precisa ser subjugado. Para isso utiliza o caos social para desestruturar sua base.

Um exemplo fácil, considerando a crise na estrutura familiar: a desestruturação do  núcleo familiar afeta a comunidade, o país e o globo. Todas as espécies do planeta apenas sobrevivem com estruturas de apoio, sejam arvores com suas raízes, formigas ou seres humanos em sua comunidade. 

Com o avanço da extrema direita ou sionismo, o que acontece na estrutura familiar no mundo é a mesma estratégia de desmonte dos valores que fortalecem a união familiar. 

Pode ser a criação de um mito onde a criança ou o adolescente precisam ser mais "autônomos" e "pensar com a própria cabeça" desprezando os valores familiares...enquanto acaba adotando ideologias maliciosas, na confusão das redes sociais ou em cultos que seriam "salvadores" do enfraquecimento emocional e moral, causados pela perda dos valores da comunidade familiar. 

Isso foi utilizado durante o nazismo  na Alemanha, onde os jovens eram distanciados da influência familiar e doutrinados nos núcleos educacionais da "juventude hitlerista". A lavagem cerebral na época era limitada a essa "educação", mas fez enormes estragos na estrutura familiar, onde os próprios filhos eram orientados a denunciar os pais e familiares que não se submetiam ao nazismo.

Hoje a lavagem cerebral dos jovens funciona da mesma maneira não apenas em cultos e escolas, mas nas redes sociais. O objetivo  é estimular o desligamento da família e, portanto, da realidade política.

Se a estratégia do sionismo é desacreditar figuras fortes que mantém a democracia, isso ocorre a partir da família, onde os genitores passam a ser desmoralizados pelos próprios filhos. Com a estrutura familiar corroída de fora para dentro, os pais são relegados apenas ao papel de subsistência dos filhos, que absorvem ordens externas que tem a finalidade de servir ao sistema, mas não preenchem a necessidade da afetividade e dos valores familiares.

Mate a rainha, interfira na ordem do formigueiro e as formigas entram em pânico e e se tornam presas fáceis de predadores.

Desacredite a função dos pais, avós e outros familiares com experiência de vida, crie o caos familiar, crie o  mito  de que todos os filhos devem renegar o peso das tradições que unem a família,  que saiam de casa o mais precocemente possível e esse conjunto leva ao rompimento da estrutura familiar;

Como consequência o isolamento das pessoas enfraquece toda a comunidade. Não são apenas riscos do consumo de drogas, do aumento de suicídios, da vulnerabilidade ao poder de cultos que dominam pensamentos e ações das pessoas solitárias e desesperadas. O risco é a perda gradativa dos valores que sustentam a força de uma comunidade, que se espalha como um câncer e afeta todo um país, onde o cidadão não sabe distinguir o que é democracia, em contrapartida com governos que dominam sua liberdade, extraindo sua capacidade de pensamento.