Monday, February 13, 2012

QUEM É VOCÊ? QUEM É O OUTRO?


O comentário geral era a respeito de um crime nos Estados Unidos, onde homem que matou um casal que havia excluído a filha do quadro de amigos no Facebook. O mundo virtual parece ser um lugar onde comandamos a hora de existir ou desaparecer da tela, de conversar ou simplesmente observar o "movimento". A partir do momento desconectamos, "desligamos" esse espaço. São mundos diferentes, o virtual e o real!
Não há proteção no mundo virtual, todos sabemos disso. Nos sites, a relação esperada, de privacidade, não existe, mesmo que o quadro de amigos contenha apenas familiares. O espaço, na verdade é público e mesmo que haja garantia de privacidade, a realidade indica que os dados estão ao alcance de administradores e de hackers. Permanecem "boiando" (ou seria flutuando?) em um mundo ainda pouco desvendado.
Sites de relacionamento parecem  ser uma sala de estar isolada. É difícil imaginar o espaço virtual protegido por senhas e rodeado de regras como uma sala em ambiente público.
Essa realidade desagrada. As pessoas sentem necessidade de partilhar sua vida, suas alegrias, seus momentos de sucesso, a relação amorosa ou familiar, da mesma forma que os momentos de tristeza ou depressão. Isso é natural porque o ser humano é um animal social, preparado para conviver em grupo até mesmo para garantir a sobrevivência individual, que se torna mais garantida na sobrevivência mútua.
A relação virtual aproxima tanto as pessoas conhecidas - familiares e amigos - como reduz ou elimina o distanciamento entre pessoas desconhecidas que iniciam uma amizade através de interesses comuns. Sem essa "mágica" virtual que elimina distâncias e derruba as paredes, a possibilidade de ampliar o conhecimento fica realmente muito reduzida.
Reduzida demais para quem se habitua a navegar em um espaço que seduz justamente pelo fato de funcionar sem a carga da materialidade. Um espaço realmente sedutor, constantemente ampliado por novos recursos. Com um dispositivo mais leve e fino do que um livro, pode-se acessar e ler infindáveis obras literárias, escrever, desenhar, criar projetos, trabalhar, ouvir música, conversar, fazer compras, enfim...a ponto do sujeito que navega em um espaço tão diversificado e aparentemente infinito em suas possibilidades perguntar-se se não está havendo alguma inversão e aquilo que consideramos o mundo real não é na realidade uma espécie de limbo!
Como lidar com esse novo mundo e suas possibilidades e riscos entretanto, não é assim tão fácil. Por trás da mágica dos recursos e da sofisticação tecnológica, existe a mesma matéria básica dos tempos das trevas ou dos conflitos da civilização: o conteúdo humano, dividido entre a construção e a destruição, a verdade e a mentira, a necessidade de relacionar-se e ampliar os horizontes e a capacidade de distorcer e manipular o meio.
A grande verdade é que explorar o ciberespaço tem menor risco do que o mundo real no que se refere à preservação física (pelo menos imediata) mas não existe nenhuma garantia de segurança em qualquer outro sentido!
Mundo material, mundo virtual, mundo emocional, mundo espirital...parece que a relação humana com espaços que pareciam fictícios e isolados finalmente se fundem em um mundo inteiramente novo, diferente, mas não mais improvável!  ( Mirna Monteiro)

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